Superando o paladar descartável

Chega de falsidade. A França é o primeiro país do mundo a banir talheres, pratos e copos de plástico, que devem deixar de ser utilizados até 2020. Se o motivo é ecológico, o prazer gastronômico agradece.

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Com o cotidiano atarefado, as praças de alimentação dos shoppings substituíram a mesa de refeições das casas.

A alternativa é o delivery das mesmas opções e os congelados.

A partir daí, a Humanidade passou a conviver com o paladar uniformizado, carregado no sódio e outros agentes de sabor e conservação.

E com abomináveis utensílios descartáveis de plástico.

Estes instrumentos podem até quebrar o galho.

Mas certamente se quebrarão no processo – neste caso, sem metáforas.

Além de simbolizar uma espécie de decadência da nutrição, a questão é também ecológica.

A fabricação desses itens emite CO2 e outros gases na atmosfera.

Só nos Estados Unidos, o feitio, transporte e reciclagem desses materiais produzem gases equivalentes a uma frota de 1,3 milhão de carros em um ano.

Sem contar que cada copo de plástico pode levar mais de 100 anos para se decompor.

Em uma nova lei aprovada pelo governo francês, os restaurantes daquele país têm um prazo para banir os talheres, copos e pratos de plástico.

O prazo para que todos se adequem à exigência é 2020.

O objetivo é reduzir a emissão de gases do efeito estufa durante a fabricação dos itens.

E o lixo gerado após sua utilização.

Somente na França são descartados 4,7 bilhões de copos plásticos por ano – e apenas 1% deles é reciclável.

Mas o fim absoluto destes objetos não pode ser inteiramente comemorado.

Segundo a nova lei, os utensílios descartáveis à venda a partir de 2020 deverão ser biodegradáveis.

E ter em sua composição 50% de materiais de origem vegetal.

Entre esses materiais estão amido de milho, amido de batata, fibras têxteis ou vegetais (celulose ou bambu).

Assim, o esforço retira do mercado os mais tóxicos para o meio ambiente.

E disponibiliza modelos mais caros, o que deve também restringir seu uso.

Será esta medida capaz de nos fazer superar o paladar descartável e comer de modo mais saudável?

Sob alguns aspectos, há indícios de que sim.

Se for considerado um avanço, só nos resta aguardar por aqui a chegada da medida.

E, como algumas coisas nunca são descartadas, da respectiva polêmica.

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