Sofisticação bruta

Queijo azul e cerveja artesanal. Se você acha que este cardápio é contemporâneo, enganou-se. Escavações revelam menu “sofisticado” da Idade do Ferro. Leia mais: A dieta dos gladiadores – Estudo…

Tempo de leitura: 4 min.

Queijo azul e cerveja artesanal. Se você acha que este cardápio é contemporâneo, enganou-se. Escavações revelam menu “sofisticado” da Idade do Ferro.

Leia mais:

A dieta dos gladiadores – Estudo revela o que os guerreiros comiam
A arqueologia do sabor perdido – Blog recria receitas históricas

Pesquisadores que analisaram dejetos humanos de 2.700 anos descobriram que os europeus da Idade do Ferro gostavam de queijo azul e cerveja.

O período que define a Idade do Ferro é estabelecido pelo primeiro surgimento que se tem acesso de sociedades com conhecimento do manuseio do ferro, datado de 1200 anos a.C., ou seja, no século XII a.C.

O estudo foi feito pelo Instituto de Pesquisa Eurac (Itália).

Nele, análises de amostras de fezes recuperadas das minas de sal Hallstatt-Dachstein/Salzkammergut (Áustria) revelou dois tipos de fungos: Penicillium roqueforti e Saccharomyces cerevisiae (também conhecido como levedura de cerveja).

Esses dois fungos ainda são amplamente usados para produzir queijo azul e cervejas hoje.

Para identificar os fungos, foi empregada uma combinação de técnicas microscópicas para revelar as proteínas, DNA, material genético e micróbios dentro das amostras.

Fragmentos de plantas, incluindo farelo e glumas de diferentes cereais, também eram comuns.

A descoberta dá aos historiadores uma visão não apenas sobre o que nossos ancestrais distantes comiam, mas também como suas técnicas de preparo de alimentos e bebidas eram sofisticadas.

“A análise de todo o genoma indica que ambos os fungos estavam envolvidos na fermentação de alimentos e fornecem a primeira evidência molecular para o consumo de queijo azul e cerveja durante a Idade do Ferro na Europa”.

A explicação é do microbiologista Frank Maixner, um dos autores do estudo.

De modo geral, a dieta desses europeus do passado era altamente fibrosa e rica em carboidratos.

Favas, frutas, nozes e produtos alimentícios de origem animal provavelmente eram usados como suplementos à dieta principal.

Ou seja, muito mais saudável que hoje.

“Está se tornando cada vez mais claro que não apenas as práticas culinárias pré-históricas eram sofisticadas, mas também que alimentos processados complexos, bem como a técnica de fermentação, tiveram um papel proeminente em nossa história alimentar inicial.”

A pesquisa foi publicada na revista científica Current Biology.

Recentemente, escavações revelaram hábitos alimentares de outro período na história.

Veja o que foi descoberto sobre a dieta dos cruzados – clique aqui.

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