Sem filhos sim, e daí?

Sem filhos sim, e daí?

Hoje, a maioria dos casais modernos escolhe não ter filhos. O que até pouco tempo atrás poderia parecer estranho já é natural para muita gente. A ideia é, se temos o controle sobre nossa fertilidade, exercê-lo é uma opção. 

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A tendência é forte e não passa despercebida pelo marketing, que já batizou a atual geração de mulheres sem filhos de NoMo (Not Mothers).

E não são só elas que se rebelam contra a maternidade.

Homens solteiros e casais também fazem parte de clubes como o No Kidding, que tem oito mil associados e sedes no Canadá, Nova Zelândia e Estados Unidos.

Quem escolheu não ter filhos vive se explicando.

Um dos argumentos é que não estamos mais numa sociedade agrária, em que a criança era mão-de-obra barata na fazenda.

Como mais de 80% da população mundial vive em grandes cidades, as crianças não são mais um ativo.

Além disso, muita gente simplesmente escolhe poupar dinheiro e ter mais tempo para si.

Com tempo livre, surgem livros que fundamentam a ideia.

Um deles é Rocking the Life Unexpected, considerado a bíblia das mulheres que formam a Geração NoMo.

A obra, uma salada de “tom autobiográfico, sociológico e de autoajuda”, se dirige ao 47% de mulheres entre 15 e 44 anos que não têm filhos, segundo estatísticas oficiais dos EUA.

A autora se baseia na própria experiência. “Quando deixei de me importar com a ideia arquetípica da família com a casa e o cachorro, fui em frente”, diz a autora, Jody Day.

Outro livro sobre o assunto, já lançado no Brasil, é Sem Filhos: 40 Razões Para Você Não Ter.

Segundo o best-seller da escritora suíça Corinne Maier, as crianças hoje nascem, são paparicadas e, então, ignoradas.

Também tornam-se uma desculpa para o fracasso pessoal.

Muita gente abandona as aspirações de carreira ou de hobby porque precisam criar os filhos, e acabam anulando-se.

É óbvio que a questão é polêmica.

Entretanto, torna-se inegável reconhecer que ter filhos é uma escolha, e não de um destino a que estamos condenados.

É preciso encarar a questão sob o ponto de vista do respeito e da liberdade pessoal.

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