Sanear a vida e os sentimentos

Chegou a hora de passarmos álcool gel em padrões e hábitos que não nos servem mais. Leia meu artigo, que foi publicado originalmente na revista Veja.

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Há algumas semanas acordamos num mundo diferente.

Um mundo que não dá garantias de que voltaremos a viver como antes.

A ansiedade relacionada aos pequenos dramas do cotidiano mudou de patamar.

O que parecia importante (viajar, trocar de carro) perdeu relevância, ao tempo que e o que era banal (andar na rua, abraçar amigos) se transformou num sonho distante.

Fomos todos “convidados” a ficar em casa, e o isolamento social é sempre um convite à reflexão.

A sensação inicial é de perda de liberdade.

Mas a quietude do corpo nos dá a oportunidade de explorarmos melhor os nossos sentimentos.

Saímos do piloto automático e passamos a repensar diversas áreas da vida.

Trabalhar, exercitar o corpo e levantar a autoestima permanecem como sendo necessidades fundamentais.

Já os apegos e as nossas relações afetivas passaram a ser objetos de questionamento constante.

Sinto que entraremos numa era de maior consciência sobre as nossas escolhas.

Como escritora e conselheira de bem-estar, sempre ouvi de minhas leitoras muitas queixas de seus companheiros, vistos como travas de seu processo de mudança.

Mulheres que viviam relacionamentos fragilizados, e que empurravam com a barriga qualquer possibilidade de reexaminarem seus casamentos.

Sempre defendi que um corpo em equilíbrio nunca foi feito apenas de dieta e exercícios; para ganhar saúde, é fundamental cuidarmos das nossas emoções.

E neste momento de recolhimento, vivemos um tempo muito propício para conhecermos nossa própria sombra.

Claro que manter o astral em alta também é fundamental.

Afinal, estamos todos perdendo muitas coisas, mas podemos também conquistar outras tantas.

Aos que tem a sorte de poder contar com um bom companheiro do lado – curtir um carinho, um aconchego – talvez seja hora de saborear aqueles prazeres mais sutis da nossa vida.

Lembrando sempre da sabedoria de Chaplin quando disse que “Um dia sem sorrir é um dia desperdiçado”.

Depois desta tormenta, quero acreditar que seremos uma versão melhorada de nós.

Uma versão menos ansiosa e talvez mais introspectiva.

Mas certamente em melhor condição de viver o presente em equilíbrio.

Este texto foi originalmente publicado na revista Veja.

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