Questionado o poder da cranberry

Questionado o poder das cranberries

Sabe os benefícios do suco de cranberry? Pois é. Um novo estudo feito nos Estados Unidos revela como hype em torno do alimento não se justifica.

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Nos últimos tempos, os brasileiros passaram a se render aos supostos poderes da cranberry.

Esta é uma fruta nativa dos Estados Unidos, rica em antioxidantes e proantocianidina.

Esta substância é de 15 a 25 vezes mais potente do que a vitamina E, o que a permite inibir a presença de bactérias na mucosa da bexiga.

Por este motivo, ao suco de cranberry é atribuído o sucesso no tratamento de infecções do trato urinário (ITU).

Diante disso, há quem recomende o consumo de meio litro do suco da fruta por dia.

Mas todo este interesse, e um mercado milionário, está sendo ameaçado pela divulgação de um novo estudo.

Segundo a Escola de Medicina de Yale (Estados Unidos), nem a fruta nem seus derivados têm poder algum sobre as ITUs.

De acordo com um dos autores, Dr. Manisha Juthani-Mehta, “um dos primeiros estudos que apontou benefícios das cranberrys contra as ITUs foi feito com mulheres idosas em 1994″.

Para testar a teoria, os pesquisadores fizeram um teste com um grupo de voluntários semelhante ao estudo original, pessoas especialmente suscetíveis à infecção.

As 147 participantes, senhoras idosas habitantes de clínicas de repouso, foram divididas em dois grupos.

O primeiro recebeu duas cápsulas de extrato de cranberry por dia, contendo 36 gramas de proantocianidina, ao longo de um ano.

O segundo grupo recebeu placebo (pílulas “falsas”) durante o mesmo tempo.

Após este período, os cientistas concluíram que não houve diferença na presença de ITUs entre quem tomiu e quem não tomiu cranberry.

A bem da verdade, esta não é a primeira vez que o fama de superalimento das cranberries foi colocada em xeque.

Uma revisão de estudos feita em 2012 pela Universidade de Sterling (Inglaterra), envolvendo 4.473 participantes, descobriu que a cranberry não pode ser recomendada para a prevenção de infecções urinárias.

O estudo foi publicado no periódico científico Journal of the American Medical Association.

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