Pressionando o bom senso
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A nutrição ideal e a falta de tempo estão sempre brigando. Para remediar existem os sucos prensados a frio, que reúnem quilos de vegetais em uma única garrafinha. Mas a aparente boa ideia revela-se um inacreditável desperdício.
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O costume de liquidificar a alimentação é razoavelmente recente.
Mas já completamente incorporado.
Quem experimentou não abre mão do poder dos sucos verdes.
Para facilitar seu consumo, surgiram as fórmulas vendidas prontas a partir de vegetais prensados a frio.
A ideia parece ótima.
Afinal, são inúmeros nutrientes prontos para consumo.
Para tomar andando e sem precisar sujar a cozinha inteira.
Mas, embora repleto de boas intenções, a opção traz um grande problema.
Em artigo recente, o site Modern Farmer revelou que 473 ml (16 fl. oz) destes sucos gera, em média, dois quilos de polpa.
Alimentos perfeitamente comestíveis que são jogados fora.
É compostável, você há de pensar, pode virar adubo.
Sim, em teoria.
Entretanto, a questão não é tão simples.
A polpa, ou o bagaço, é molhada, pesada e difícil de transportar.
Conduzir tudo para o local apropriado é caro e um trabalho destinado a grandes empresas.
Só gigantes do setor conseguem manejar os resíduos como alimentação para o gado.
Além do que, como material compostável, não é ideal.
A popa de frutas se degrada mais rapidamente e consome muito oxigênio no processo.
Para tornar-se um adubo fértil, é preciso misturar com pedaços de madeira e pó de serragem.
Ainda assim, o odor é muito forte.
Em pequena escala, algumas experiências em reaproveitar a polpa têm sido bem sucedidas.
Como o hambúrguer feito com polpa de beterraba pelo chef Dan Barber, do famoso restaurante Blue Hill.
Em casa é possível misturar polpas na massa de bolos ou fazer chips, mas estas são soluções domésticas.
Sem falar no uso e descarte de embalagens plásticas.
A melhor opção?
O artigo sugere comer os vegetais e frutas em sua forma natural.
Dessa maneira aproveitamos ao máximo as fibras, membranas, sementes e celulose dos alimentos.
Tags: compostável, criatividade, Dan Barber, desperdício, fibras, Lucilia Diniz,