Preferências globais

Preferências globais

Sabemos que, na China, cachorros não são apenas os melhores amigos do homem, mas também sua preferência alimentar. Já entre nós, comer um filé de Rex causa imensa repulsa. Até onde a cultura influencia no que vai no prato?

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A comida é um importante componente cultural, que carrega em si enorme carga de significado. Cada país tem seu modo de cultivar, cuidar e processor alimentos. Muitos têm a ver com referências de paladar, outro tanto, com costumes e a própria história.

Por exemplo, em Portugal, é costume comer miúdos, e muitos pratos populares são feitos à base de intestinos, bucho, sangue e órgãos. Isso porque, na época das grandes navegações, toda a carne era embarcada para as viagens de navio, que duravam meses. O que sobrava eram os miúdos, e daí se desenvolveu um paladar único.

Em Israel, há a preferência por alimentos kosher. Nos países muçulmanos, a carne deve ser halal. E por aí vai.

Mas, diariamente, é diante do que vemos que fazemos nossas escolhas. Será que nos importamos tanto com a carga cultural do que colocamos no prato?

Para determinar o quanto esta influência atua sobre a alimentação, cientistas da Universidade de Cornell (Estados Unidos) conduziram um estudo com 199 americanos, 166 italianos e 204 japoneses. Para todos foram apresentadas imagens de 24 sites diferentes, onde podiam ser observados diferentes pratos. De olho nas cores, ingredientes e tamanhos das porções, os voluntários deveriam escolher qual lhes parecia mais gostoso.

Mesmo com diferentes origens, os participantes demonstraram seguir o mesmo padrão na hora da escolha. Em comum estava a preferência por pratos com três cores diferentes, entre três e quatro componentes distintos, e o fato de que a porção do ingrediente principal estava à direita – ou no centro, em pratos ovais.

O que apareceu de diferente foi a preferência pela apresentação da refeição. Americanos e italianos favoreceram pratos servidos com casualidade, enquanto japoneses preferiram ordem e harmonia nos arranjos. Em comum, americanos e japoneses valorizaram espaços vazios nos pratos, enquanto italianos gostaram de ver fartura e nenhum espaço em branco.

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