A pimenta é nossa

A pimenta é nossa

Adoro pimenta. A ardência que este condimento proporciona é tão boa para dar sabor a meus pratos light quanto a sua função termogênica, que acelera o metabolismo. Por isso, fico feliz em contar com mais uma: a jiquitaia, produzida pelos índios do Amazonas.

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Elas têm qualidades analgésicas, energéticas, digestivas, antioxidantes e vasodilatadoras.

Mas, para nós, o que mais interessa nas pimentas é sua capacidade de estimular a liberação de endorfinas, que proporcionam uma sensação de bem-estar e pode reduzir o desejo de comer, o que é perfeito para o controle do peso.

Outro de seus predicados é o seu poder termogênico, que aumenta a temperatura do corpo e, consequentemente, acelera o metabolismo, fazendo com que o corpo queime mais calorias.

Por tudo isso, quando o assunto é pimenta, estou sempre de olho nas novidades que aparecem no mercado.

Como a pimenta jiquitaia.

Produzida de modo artesanal pelo povo baniwa nas margens do rio Aiari, na bacia do rio Negro, lá no Amazonas, agora é possível encontrar em mercados especializados e também na internet este verdadeiro patrimônio.

E olha que não estou exagerando: em 2010, o Sistema Agrícola do Rio Negro foi declarado Patrimônio Cultural do Brasil pelo IPHAN.

Jiquitaia, a pimenta do Brasil

Na floresta amazônica, jiquitaia é uma formiga pequena e invocada, cuja picada arde muito.

Vem daí o nome da pimenta produzida pelo povo baniwa, habitantes do Alto Rio Negro.

Diferentemente do consumo tradicional a que estamos acostumados, esta pimenta não vem em forma de molho nem de conserva.

Ela está mais para uma farofa.

Para fazer a jiquitaia original, usam-se várias pimentas amazônicas, de um universo de 74 tipos da espécie Capsicum frutenscens (família do tabasco).

Elas são colhidas, partidas e postas para secar ao sol por até cinco dias.

Depois, são piladas e moídas, até virarem pó, ao que é acrescentado uma pequena dose de sal (cerca de 10%).

O resultado é um sabor extremamente forte, que tem fascinado chefs de todas as partes.

É ao mais famoso deles, Alex Atala, a quem se deve sua fama repentina.

Desde que descobriu o tempero, em 2005, Atala usa frequentemente nas receitas de seu restaurante, o D.O.M. – eleito em 2014 o sétimo melhor do mundo.

Para garantir acesso mais fácil ao produto, através de seu instituto ATÁ o chef arrecadou verba para auxiliar os índios em sua produção.

O resultado é a inauguração, em maio, da Casa da Pimenta da Comunidade de Ucuqui, a 1.600 quilômetros de Manaus.

Com este apoio, a produção aumentou – e chegou até nós.

Os potinhos de 35 ml estão sendo vendidos a 35 reais.

E o que é mais fascinante é que um não é igual ao outro.

Isso porque toda índia baniwa tem um jeito de preparar jiquitaia que é só dela, que aprendeu com a mãe, e esta com a avó.

Assim, cada porção vem identificada por um código no rótulo, que indica a comunidade, o lote e a data que foi embalada.

Isso torna cada dose uma criação assinada e personalizada. 

Ficou com vontade, né? Confira aqui onde encontrar.

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Desidratadas, as pimentas vão para a moagem e mistura com o sal, antes do envase

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Nos potes é possível ver quem produziu

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