Pecados sob controle?

Estudo descobre região no cérebro responsável pelo nosso desejo de comer chocolate e até fazer sexo. Medicamento que pode agir sobre esta região, e desliga o centro de recompensas, foi testado com sucesso. Será o fim dos pecados? 

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Pesquisadores da Universidade de Dartmouth (Estados Unidos) conseguiram rastrear de onde vêm os desejos.

A pista levou os cientistas a imaginar uma forma de suprimir a impulsão direto na sua fonte.

Com isso, descobriram que ativar determinados receptores neurais pode suprimir a atividade na região do cérebro que provoca o comportamento impulsivo.

“Embora tenhamos uma noção de como os circuitos neurais mediam as recompensas percebidas, pouco se sabe sobre os circuitos subjacentes à transferência de valor aos sinais a elas associados”, declarou Stephen Chang, um dos autores do estudo.

Para inconscientemente nos convencer, os “gatilhos” no cérebro agem como uma publicidade em relação a certas recompensas, como o fast food.

O cérebro associa pistas (como um sinal para que desviemos o carro até um drive thru) com a recompensa, criando um vínculo mental difícil de desfazer.

Isso explica por que observar alguns objetos pode levar uma pessoa a desejar certos alimentos, mesmo que não esteja com fome no momento.

Para estudar essas associações, os investigadores usaram uma espécie de “GPS de gatilhos”.

Usando drogas sintetizadas para este fim em cobaias, a equipe focou na atividade do núcleo acumbente.

A partir de suas projeções e aferências, esse núcleo pode modular tanto funções motoras como emotivas.

Pela primeira vez, a teoria de que esta região no cérebro atribui valor às sugestões e as emparelha com recompensas foi provada.

“Isto é surpreendente, porque o núcleo acumbente foi historicamente considerado apenas uma área para expressar motivações no comportamento”, disse Chang.

No experimento, o núcleo acumbente das cobaias foi desativado com sucesso.

Ao pensarmos em aplicações clínicas, os resultados deste estudo têm o potencial para retirar o valor atribuído pelo cérebro aos gatilhos que ele mesmo criou.

Traduzindo: isso significa acabar com o impulso que leva ao vício, sem passar pelo sacrifício da privação.

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