Paladar perigosamente programado

Paladar perigosamente programado

O saleiro é seu melhor amigo? Novo estudo revela como algumas pessoas têm predisposição para usar mais o sal. Sem preceber, expõem-se mais aos riscos do abuso deste ingrediente.

Leia mais:

O sal na obesidade – Temperando suas chances de acumular peso
O fim do sal está próximo – Garfo futurista estimula a língua para dispensar o sódio

Ao ocupar a mesa, você já busca instintivamente pelo saleiro?

Segundo estudo da Universidade de Kentucky (Estados Unidos), o motivo pode estar programado em seu DNA.

Aparentemente, enquanto algumas pessoas são atraídas pelos doces, outras estão geneticamente predispostas a ansiar por alimentos salgados.

Mas estes genes, que estão ligados à evolução humana, podem estar colocando nossa saúde em perigo.

Cada ser humano possui um conjunto distinto de receptores de sabor que nos dá uma percepção única do gosto dos alimentos.

Agora, os cientistas descobriram que as pessoas com uma variante comum do gene TAS2R38 são duas vezes mais propensas a comer quantidades de sal acima dos limites.

Quem carrega esta herança genética sente com maior intensidade os sabores amargos.

E assim tendem a evitar alimentos saudáveis de gosto amargo, como brócolis, couves de Bruxelas e folhas verde-escuras.

Além disso, por saborearem o sal mais intensamente, estas pessoas passam a apreciar mais o ingrediente, levando ao aumento da ingestão de sódio.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, adultos devem consumir menos de 2 gramas de sódio (menos de 5 g de sal)/dia.

Isso equivale a colher de chá rasa ou cinco sachês dos servidos em restaurantes, já que cada um contém 1 grama.

No Brasil o consumo médio de quase 12 g por pessoa/dia, de acordo com dados da pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde.

Uma dieta rica em sal é um importante fator de risco para a hipertensão arterial e, se não tratada, pode levar a acidente vascular cerebral e doença cardíaca.

Sem falar na retenção de líquidos que provoca, o que nos deixa inchadas e acima do peso.

Segundo uma das autoras. Dra. Jennifer Smith, “os fatores genéticos que influenciam o gosto não são necessariamente óbvios para as pessoas”.

“Mas podem afetar a saúde do coração ao influenciaremos alimentos que escolhemos”.

“Ao identificar qual variante genética uma pessoa tem, podemos ser capazes de ajudá-la a fazer melhores escolhas alimentares, fazendo-a escolher o que especialmente lhe favorece”.

A Dra. Jennifer aproveita para lembrar que, para saciar o paladar, devemos olhar para outros condimentos, que não tragam o risco do desequilíbrio no consumo de sódio.

Nestas horas, nada como lançar mão das ervas aromáticas – veja como preparar aqui.

Tags: , , , ,