Páginas para beber

Categoria: Sinta

Hidratação é importante. Mas, enquanto reclamamos da eminente falta de água, para milhões de pessoas isso não faz sentido. Simplesmente porque não têm nem torneira. Para quem nunca viu água limpa, ONG lança livro que dá outro sentido à expressão “fonte de conhecimento”.

A palavra “racionamento” tem sido veiculada com frequência no noticiário. Para fugir do assunto da falta de investimentos em infra-estrutura, os políticos têm alguma razão em culpar o aquecimento global. Simplesmente 9 dos 10 anos mais quentes da história aconteceram de 2000 para cá. Tanto que 2013 foi o 7º ano mais quente de que se tem notícia. E 2014 parece querer roubar o título.

Mas isso não é nada comparado à situação de quem não nunca teve acesso regular à água limpa. Em todo o planeta, cerca de 3,4 milhões de pessoas morrem a cada ano por doenças relacionadas ao consumo de água infectada e falta de saneamento. E o que é pior é que a maioria não identifica a origem de seus problemas.

Pensando em solucionar ao menos uma parte da questão, a agência DDB New York e a ONG Water Is Life criaram o Drinkable Book (“livro de beber”). Mas não se trata de um livro qualquer. O diferente desta obra é que suas folhas foram impressas, com tinta atóxica, em papel que, na verdade, é um filtro coberto de íons de prata. Para cumprirem seu objetivo, as páginas devem ser destacadas, ao ritmo de uma por mês. Por sobre elas, é despejada a água. O resultado impressiona: imediatamente, o nível de bactérias, como a terrível E. coli, é reduzido em 99,9%. Cada livro pode purificar água para o consumo de uma pessoa por quatro anos.

Antes de ser utilizado para cumprir sua finalidade, o livro pode ser lido. Ele traz informações sobre procedimentos básicos de higiene, tanto pessoais quanto coletivas, como a questão da destinação correta do lixo que, sendo descartado inapropriadamente, acaba por contaminar fontes de água.