Os bons companheiros

Sempre questionado, o consumo de carne vermelha pode não fazer tão mal assim. Desde que você consuma vegetais junto. Esta é a revelação de estudo da Universidade de Nápoles (Itália). 

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Por mais popular que seja, o hábito de comer carne atrai tantas polêmicas quanto estudos científicos.

Ainda que uma dieta vegetariana traga benefícios para a saúde, comer carne pode não ser tão ruim assim.

Desde que você garanta a combinação entre as duas escolhas.

No estudo italiano citado, os pesquisadores observaram como diferentes dietas afetam diferentes microbiomas.

Microbioma é o conjunto de bactérias, vírus e fungos que vivem em nosso intestino.

No processo digestivo, estes micróbios decompõem grande parte das proteínas, lipídios e carboidratos ingeridos e os transformam em nutrientes que podemos absorver.

Eles descobriram que não apenas os vegetarianos têm maior nível de bactérias especializadas em vegetais, elas possuem também maior nível de ácidos graxos de cadeia curta, gerados na degradação das fibras.

Os ácidos graxos de cadeia curta proporcionam inúmeros benefícios protetores, inibem o crescimento de bactérias patogênicas e previnem as doenças inflamatórias, entre elas a obesidade.

Mas dietas que combinam vegetais com carne, como a dieta mediterrânea, não são prejudiciais ao trabalho destas bactérias.

Os voluntários que foram observados no estudo e que seguiam a dieta mediterrânea, comendo pouca carne, apresentaram bom nível destes metabólitos.

Todos foram analisados no nível celular, com o estudo de sequências de DNA das bactérias do intestino, bem como perfil químico.

Segundo a pesquisa, publicada na revista científica Gut, “as dietas ocidentais onívoras (que usam fontes de nutrição vegetal e animal) não são inversamente benéficas quando comparadas a dietas vegetarianas”.

Inclusive, o que o experimento mostra é que o consumo de carne mantido com moderação, conjugado com um aumento o consumo de frutas e vegetais, garante um microbioma mais saudável, diverso e eficiente.

Mas não convém exagerar.

O estudo revelou que pessoas que comem mais carne que o considerado para a dieta mediterrianea revelou nívis elevados de n-óxidos de trimetilamina, metabólitos formados quando certas bactérias quebram proteína e gordura animal.

Este composto já foi lugado ao aumento de risco de doenças do coração, em estudos anteriores.

Os autores do estudo ressaltam que suas descobertas não apontam relação causal entre dieta e nível de ácidos graxos de cadeia curta, que podem variar de indivíduo para indivíduo, a depender de idade e gênero, por exemplo.

Assim, novas pesquisas precisam ser feitas para determinar como o tipo de dieta pode ser utilizado para ativar bactérias específicas, quando poderemos nos beneficiar mais deste processo.

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