Onde começa a fome?

A sensação se instala e você corre para saciá-la. Mas, estômago roncando indica fome? Na verdade, ela começa de modo mais silencioso. Estudo revela que a vontade de comer é disparada no cérebro. 

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Se você luta para perder peso, já está familiarizada com dois fatos da vida.

Um deles diz que comer com fome faz a comida ficar mais gostosa.

Outro é que ficar com fome é extremamente desconfortável.

Pesquisadores do Instituto Médico Howard Hughes (Estados Unidos) decidiram examinar o primeiro deles e logo descobriram que os processos biológicos que acontecem por trás da fome não são nada simples.

Baseados nos resultados encontrados, eles acreditam que neurônios encontrados no hipotálamo nos deixam tristes em um esforço para motivar-nos a comer.

Em outras palavras, seus neurônios podem punir você, se não comer aquele brigadeiro.

Quando o alimento é reduzido e provoca um déficit de energia, estudos anteriores realizados em animais mostrou que neurônios que expressam as proteínas r-Agouti (AgRP) receptoras de estímulos no paladar têm sua atividade acelerada.

Esta atividade cerebral no hipotálamo, área responsável pela regulação do comportamento emocional e funções endócrinas, desregula as sensações de apetite e saciedade.

Quando os sintomas físicos da emoção aparecem, a ameaça que produzem retorna, via hipotálamo, aos centros límbicos.

Isso provoca uma intensa ansiedade, podendo até chegar a gerar um estado de pânico.

Ou seja, um desejo incontrolável de comer alguma coisa – e já.

Geralmente, o hipotálamo é responsável pela produção de muitos nossa temperatura corporal, sede, fome, sono, humor e libido.

Para o estudo atual, os pesquisadores queriam saber quais sinais os neurônios AgRP ligados a um déficit de energia corporal transmitem.

Em outras palavras, esses sinais poderiam provocar dores de fome?

Para investigar a teoria, os cientistas realizaram experimentos em cobaias.

Previamente, as cobaias receberam neurônios AgRP fotoativáveis, que foram estimulados ou inibidos quando defrontados com alimentos.

Durante uma série de testes de preferência de sabor, os cientistas estimularam os neurônios implantados em algumas das cobaias.

Em seguida, inverteram o sentido, inibindo os mesmos neurônios.

Para efeito de comparações, um grupo de controle não foi estimulado.

Numa experiência, as cobaias estimuladas mostraram desejo enfraquecido para um alimento anteriormente preferido, em comparação com ratinhos não estimulados.

O resultado sugere que um sabor antes considerado gostoso tornou-se menos agradável sempre que os neurônios AgRP foram ativados.

Isso também sugere que os neurônios AgRP despertaram sentimentos negativos.

Como uma resposta pavloviana ao condicionamento, os neurônios AgRP nos ensinam a comer para superar a experiência negativa de fome.

Os autores acreditam que seu trabalho possa levar a fundamentar estratégias inovadoras para ajudar as pessoas a combater o sobrepeso e seus efeitos na saúde.

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