O lugar mais evoluído do mundo

Internet 10G, carros elétricos, assentos disponíveis para sentar nos ônibus e metrô. Não é nada disso. O lugar mais evoluído talvez deva sua condição exatamente pelo motivo mais óbvio: no “páramo” não mora ninguém.

Atrás de ouro e glória, muitos conquistadores passaram perto, mas ninguém se deu conta do tesouro que repousava escondido nas montanhas entre Colômbia, Equador e Venezuela. Foi apenas em 1779 que um europeu, após difícil expedição, reconheceu o valor extraordinário do que via pela frente. Atribue-se ao naturalista Alexander von Humboldt a descoberta do páramo.

No páramo a evolução andou diferente. E em banda larga. A constatação veio de um estudo com 13 diferentes linhagens de plantas encontradas no local. Os cientistas examinaram em seguida dados sobre espécies similares que crescem em outros lugares onde também se observa a “evolução rápida”, como o Havaí e a costa do Mediterrâneo.

A suspeita é a de que o clima peculiar encontrado no páramo, o lugar mais “avançado” dos oito locais com estas características encontrados no mundo, seja responsável por este fenômeno. Como fica próximo da linha do Equador, recebe insolação o ano inteiro. Aparentemente mais “fácil” para o desenvolvimento de qualquer ecossistema, não podemos esquecer do frio extremo e a exposição a uma maior radiação ultravioleta do sol, constante e mais próximo, por conta da altitude.

Isolado no alto dos Andes, o páramo é um deserto. E como é diferente em tudo, é um deserto com muita água. Na Colômbia, o abastecimento para 20 milhões de pessoas que vivem em Bogotá, Medellin e Cáli depende da água captada ali, a milhares de quilômetros. Como tudo em que se aproxima, hoje o páramo se encontra gravemente ameaçado pelas atividades do homem, como a mineração, agricultura e pecuária que ocorrem na área. Quando os recursos naturais se esgotarem e a água valer como o ouro que buscavam, veremos que fomos tão cegos diante deste tesouro como foram aqueles conquistadores.

Veja as imagens deste paraíso e assista ao vídeo que apresenta este ecossistema, vencedor do Festival de Telenatura 2013 (Espanha).