O glúten invisível

Muitos tentam evitar o glúten, principalmente os celíacos. Mas é preciso esforço redobrado. Estudo revela que a substância está em inúmeros pratos que alegam não a ter.

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Ser intolerante ao glúten tem consequências.

As mais comuns são o inchaço e o incômodo em digerir o alimento.

As mais graves levam a alterações patológicas no intestino delgado, que podem estar associadas a distúrbios gastrointestinais.

Pessoas que sofrem com o consumo da proteína do trigo são portadoras de doença celíaca.

Para evitar problemas, bastaria deixar de comer qualquer coisa com glúten.

Mas há um impedimento invisível.

Muitos continuam a ser expostos à esta substância, apesar dos esforços para manter uma dieta livre dela.

É o que revela um estudo da Universidade de Wageningen (Holanda).

Nele, participaram vinte e sete pacientes com doença celíaca (sete homens e vinte mulheres), com idades entre 21 e 64 anos.

Sua ingestão alimentar completa durante dois dias aleatórios, num período de 54 dias, foi analisada em laboratório quanto à concentração de glúten, o que determinou a ingestão diária total.

Além disso, foram feitos registros alimentares escritos pelos participantes.

A ingestão diária total de energia e macronutrientes de cada indivíduo foi calculada usando o banco de dados de composição de alimentos.

Como resultado, em trinta e duas (6%) das 499 amostras de alimentos coletadas no total, mais de 3 mg/kg de glúten estava presente.

Em quatro dessas trinta e duas amostras, a concentração de glúten estava acima do limite legal europeu de 20 mg/kg.

E três das quatro amostras tinham um rótulo sem glúten.

A ingestão máxima de glúten foi de 3,3 mg de glúten/dia.

A tolerância ao glúten para celíacos sensíveis (> 0,75 mg / d) foi excedida em pelo menos seis dos cinquenta e quatro dias de estudo.

A conclusão é de que não se pode confiar integralmente nos rótulos.

Por isso, as agências governamentais e fabricantes devem estar mais atentos.

Para proteger também esses pacientes com doença celíaca sensíveis, os limites legais devem ser reavaliados com rigor.

O estudo foi publicado no British Journal of Nutrition.

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