Vai faltar sorvete de baunilha? Ciclone em Madagascar e a crescente demanda pelo extrato natural inflacionaram o mercado. Agora, uma das especiarias mais caras, saborosas e aromáticas do mundo tornou-se rara.

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O sabor de sorvete favorito das multidões pode estar com os dias contados.

A culpa é do ciclone Enawo, que atingiu a ilha de Madagascar, na África, em março último.

Para a população ficou ainda pior viver no 10º país mais pobre do mundo.

Afinal, a destruição compromete o futuro do maior fornecedor mundial de baunilha.

Mesmo que Indonésia e Papua Nova Guiné também produzam em larga escala, nada se compara à qualidade da baunilha “malgaxe”.

O fenômeno natural levou o preço do commodity além de qualquer limite.

A especiaria já era a segunda mais cara do mundo, atrás do açafrão.

Não é por acaso.

100 kg de favas, após um longo processo envolvendo escaldo e secagem, rendem 15 kg de baunilha.

Agora, a escassez fez os preços subirem 1.000%.

O ciclone varreu Madagascar num momento especulativo do mercado.

Os produtores locais estavam estocando para pressionar a subida do preço.

Pois tudo se perdeu, o que estava no campo e nos armazéns.

Com isso, muitas empresas estão desistindo de comprar o produto.

A tragédia frustrou a indústria de alimentos, que contava com uma safra recorde para saciar o mercado.

Entre os negócios estão não apenas restaurantes, pâtisseries e sorveterias.

A Nestlé, por exemplo, já elevou na Europa o preço de seus produtos com o ingrediente.

Existem, é claro, as alternativas providas pela indústria química.

A vanilina, molécula de sabor encontrada nos grãos de baunilha, pode ser sintetizada do petróleo.

Mas essa alternativa não me atrai, muito pelo contrário.

Portanto, devemos valorizar ainda mais este raro sabor.

Em meu método estão permitidas “escapadas” que devem valer a pena – para saber mais clique aqui.

Use estes momentos para apreciar um sorvete light de baunilha enquanto ainda existe.