O fascínio das marcas

Presentes em vários momentos de nossas vidas, nos relacionamos de maneira afetiva com as marcas de grandes empresas. Dentre as alimentícias, a criação de três ganhou destaque em site de design. O que explica como podemos escolher calorias por critérios subjetivos.

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A decisão do que vamos comer pode vir do estômago ou da mente.

Mas há aquelas que parecem vir do coração.

É bem provável que, andando na rua, você já tenha parado de súbito para degustar um sonho que viu na vitrine da padaria, por exemplo.

Ou comprou por impulso um caramelo adocicado daqueles que nem pode mais comer.

A convivência que temos ao longo da vida com algumas marcas acabam por revestir os produtos sob sua guarda de uma aura mística.

Estes itens acabam por integrar a dieta da memória.

Dela constam os pratos chamados comfort food, que provamos quando crianças e aos quais recorremos quando estamos carentes – normalmente calóricos em excesso.

E não apenas pratos, mas iguarias diversas, como snacks e doces.

São estas subjetividades que muitas vezes disparam o apetite emocional.

As empresas de design e publicidade sabem disso e exploram como podem estes vínculos.

Assim, quando encontrar-se parada diante de uma embalagem sem saber por que, pode não ser indecisão diante de uma suposta fome.

A explicação está na história e na evolução das embalagens e rótulos.

O site Creative Marketing resgatou a história de quatro delas, sendo três relacionadas ao universo gastronômico que nos interessa mais.

Por exemplo, você sabia que o pintor surrealista Salvador Dali criou o logotipo dos pirulitos Chupa Chups?

Veja a seguir porque nos rendemos aos fascínio das marcas.

Chupa Chups

Imagem: The Dieline

Esta faz parte da história de milhões de pessoas, mas na Espanha e com quem tem contato com as coisas ibéricas.

Quando Chupa Chups, uma marca de pirulitos de Barcelona foi criada (1958), era para chamar-se “Gol”, em homenagem ao futebol.

Foi o encontro de seu fundador, Enric Bernat, com o amigo Salvador Dali, que fez o primeiro encomendar ao segundo uma sugestão de como melhorar as vendas.

O artista começou ali mesmo e, sobre jornais, desenvolveu a marca que permanece praticamente inalterada, até hoje.

Dali insistiu para posicionar o logotipo no topo do produto, e não ao lado, como forma de que nunca se apresentasse amassado ao consumidor.

Starbucks

O logotipo originalmente criado para a rede de cafeterias Starbucks (1971) já apresentava uma mitológica sereia, que mudava sua forma para iludir os marinheiros.

Em seu livro, o CEO Howard Schultz declarou “a primeira sereia, de seios nus e rebuscada, deveria ser sedutora como o café que representava.

Mas a marca foi redesenhada, para retirar seus contornos em muitos detalhes.

Sua evolução ilustra como é importante ouvir os consumidores e suas preferencias.

O logotipo tornou-se mais simples e minimalista, mantendo a empresa alinhada com os gostos dos clientes.

A estratégia se mostra acertada, já que desde o último redesenho, de 2011, a marca aparece sem sequer o nome escrito, e todos se sentem confortáveis em sua presença.

Para quem utiliza os cafés com frequência, ou passa por suas portas em outras cidades do mundo, a sensação é de estar em casa, ou algo próximo disso, fazendo reuniões ou apenas utilizando o sempre confiável sinal Wi-Fi.

Uma confiança para quando estamos sozinhas, que reconforta com café e alimento.

McDonald’s

O que falar do McDonald’s, além de tudo que já vimos?

Ao menos é inegável sua presença de marketing, sintetizada pela história de seu logotipo.

Que muitos acreditam originar-se no próprio nome da marca.

Mas os arcos dourados que hoje reconhecemos de longe fazem maior referência à estrutura arquitetônica da lanchonete-símbolo da franquia, modernizada nos anos 1960.

A intenção original do McDonald’s é considerada um princípio essencial do design hoje – se destacar da concorrência.

Diferenciar sua marca de concorrentes semelhantes vai fazer sua empresa se destacar na mente dos consumidores, abrindo o caminho para a fidelidade à marca.

Conscientemente, ou não.

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