Nutrição ameaçada

Nutrição ameaçada

O mesmo governo que recomenda um maior consumo de frutas e verduras não garante sua qualidade. Ou, pior. Segundo relatório da Anvisa, três em cada quatro alimentos que você come está contaminado. E agora?

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Segundo o Guia Alimentar da População Brasileira, devemos comer ao menos cinco porções de frutas e vegetais por dia.

Entretanto, o mesmo governo que faz esta recomendação não consegue nos proteger dos males que segui-la pode nos causar.

Isso porque um terço dos alimentos consumidos no dia a dia está contaminado por agrotóxicos.

Esta revelação foi feita pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, em audiência pública promovida recentemente.

A análise foi feita pela com base em amostras coletadas nos 26 estados em 2011.

Foram encontradas porcentagens acima do ideal no pimentão (91,8%), morango (63,4%), pepino (57,4%), alface (54,2%) e abacaxi (32,8%).

Demorou, mas finalmente temos a real dimensão do que nos ameaça.

O problema está na ingestão contínua de quantidades pequenas de agrotóxicos.

Em nossa mesa, 75% dos alimentos apresentam resíduos de pesticidas.

E ao menos de 17 diferentes tipos, para os quais a ciência ainda falha em determinar a dimensão de seus efeitos em nossa saúde.

E não apenas na agricultura, mas também no ambiente doméstico e até em campanhas de saúde pública, como inseticida contra pragas urbanas.

E o que é pior: alguns herbicidas banidos do mercado internacional ainda têm livre trânsito no país.

É o caso do glifosato.

Usado no plantio da soja geneticamente modificada, este agrotóxico foi associado ao surgimento de câncer pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é o mais consumido no Brasil.

Para reduzir a ameaça, algumas etapas precisam ser cumpridas.

Primeiro, é preciso proibir no Brasil o uso de agrotóxicos que já são proibidos em outros países.

Em segundo lugar, devemos cobrar o fim dos subsídios públicos à sua utilização.

E, ainda, uma fiscalização mais dura contra as propriedade que utilizem agrotóxico contrabandeado, com componentes que sejam proibidos no país.

Mas, o que fazer hoje?

Para não ficar sem consumir a chamada alimentação viva, lave bem tudo que trouxer da feira.

Prefira as frutas e vegetais da estação.

E, diante das evidencias de contaminação, diversifique suas escolhas.

Deste jeito você enriquece a nutrição e evita ao máximo as ameaças.

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