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Lucilia Diniz desmistifica o que significa viver bem a vida, por dentro e por fora.
A cena irrita quem tem que esperar pela vez e os donos de restaurante, que amargam prejuízos. É o no-show de quem reserva mesas em restaurantes e, no dia e hora marcados, arranja mais o que fazer. Graças aos furões, isso vai mudar.
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Já se foi o tempo em que ir ao restaurante era uma decisão espontânea, parte de um programa despretensioso que casava bem com um outro ritmo de vida.
Hoje, restaurantes mais conceituados só têm reservas para vários meses adiante.
Mas este sistema, que frusta clientes, também não é o ideal para os chefs e restaurateurs.
Isso porque pessoas que cancelam reservas de última hora, ou simplesmente nem aparecem, causam enorme prejuízo.
Principalmente em casas exclusivas e com poucas mesas, como o Fäviken, do chef sueco Magnus Nilson, em Estocolmo, de apenas 12 lugares. Furões lhe causam perdas de até 40% por noite.
Para evitar transferir o custo para a conta dos outros clientes, ou até fechar as portas, restaurantes no exterior estão adotando sistemas alternativos que, em breve, devem virar padrão.
Por estranho que possa parecer, é a venda de ingressos pela internet.
Um dos sistemas em funcionamento é o Tock, criado pelo premiado chef Grant Achatz, de Chicago (Estados Unidos).
Sua nova casa, o Next, já inaugurou utilizando o conceito, hoje expandido para o Per Se (Nova York), o Trois Mec (Los Angeles) e o The French Laundry (Napa Valley, Califórnia).
No Coi, em São Francisco, por exemplo, o ticket custa entre US$ 145 (R$ 330) e US$ 195 (R$ 442), dependendo da hora e da data. O valor cobre uma refeição com 12 pratos diferentes, sendo que bebidas são cobradas separadamente. E, se você não puder ir, não há reembolso.
Na Europa, Albert Adrià, irmão de Ferran, também venderá ingressos para seu Enigma, que inaugural em breve em Barcelona.
A tendência é controversa, e algumas das casas que aderiram ao sistema Tock, por terem muitos ingressos encalhados, desafiliaram-se e voltaram às reservas tradicionais.
Este é o preço a se pagar pela gourmetização de tudo e a transformação de chefs em celebridades.
Resta-nos aguardar para ver se a onda chega ao Brasil.
Per Se, do chef Thomas Keller, em Nova York: só com ingressos comprados com antecedência
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