Menos apetite pelo nariz
Categoria: Pense
Congresso de endocrinologia apresenta experimento com spray nasal de hormônio, que interrompe comunicação neural entre áreas do cérebro para evitar comermos demais.
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Afinal, uma teoria assim faz algum sentido.
Mas uma nova abordagem das vias aéreas parece oferecer maior eficácia.
É o que revela um estudo do Hospital Geral de Massachusetts (Estados Unidos).
Nele, foi feito um experimento com 10 voluntários, homens, com sobrepeso ou obesos.
Após uma noite de sono e jejum, todos auto-administraram uma dose única de um spray nasal.
Alguns continham o “hormônio do amor”, a oxitocina.
Outros continham apenas água (placebo).
Uma hora depois, todos foram submetidos a ressonância magnética do cérebro.
A atividade foi observada enquanto viam imagens de alimentos de altos e baixos teores calóricos.
Também viram objetos domésticos e estímulos de memorização.
O estudo concentrou-se exclusivamente nos homens.
Isso porque a oxitocina nas mulheres varia sem controle, dependendo do ciclo menstrual e níveis de estrogênio.
Como resultado, a oxitocina enfraqueceu a conexão na região central do sistema de recompensa do cérebro.
Especificamente, na área tegmental ventral (VTA).
O hormônio interferiu também em regiões associadas ao processamento cognitivo, sensorial e emocional de imagens de alimentos.
“Na maioria dos casos, a obesidade é causada por excessos alimentares”.
A declaração é de uma das autoras do estudo, Dra. Liya Kerem.
“Por isso, é interessante descobrir que a oxitocina pode desempenhar um papel na modulação do centro de recompensa no cérebro”.
Um ensaio clínico maior está em andamento, no qual homens e mulheres receberão oxitocina por oito semanas.
Mas os cientistas não escondem o otimismo.
A expectativa é que o hormônio seja empregado como novo agente terapêutico para o tratamento da obesidade.
A descoberta foi apresentada no congresso americano de endocrinologia ENDO 2019.