A lógica do brócolis

A lógica do brócolis

Tem horas em que explicar é pior. Estudo revela a “lógica do brócolis”: quando dizemos para as crianças que alimentos fazem bem, elas tendem a achar o gosto ruim e comem menos, automaticamente. 

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Pode até parecer.

Mas a recusa em provar certos alimentos não tem a ver com a tendência que crianças têm de duvidar dos adultos.

Em pesquisa publicada recentemente no Journal of Consumer Research, petizes de três a cinco anos de idade foram submetidos a testes em que alimentos foram servidos.

Juntamente com a explicação de que faziam bem para a saúde.

E o que elas entenderam?

Que benefícios de longo prazo (saúde para crescer) contradizem os de curto prazo (experiência para o paladar).

Quando ouvem que a comida os torna fortes, ou melhores em matemática, as crianças automaticamente imaginam que têm diante de si algo sem sabor.

E, reativamente, comem menos.

Entre adultos, o mesmo comportamento é observado em relação a exercícios físicos.

Quanto mais sabemos que fazem bem, mais nos distanciamos de sua prática.

Os cientistas chamam este comportamento de “lógica do brócolis”, quando entendemos potenciais prazeres como obrigações tediosas.

Seja um prato de vegetais cozidos ou uma sessão na academia: quanto mais benéficos são, menos divertidos parecerão.

E, como estamos sempre tendo lições de como dormir faz bem, por exemplo, menos as praticamos.

É a instrumentalização das coisas que retira a sua “graça”.

Para que comam tudo no prato, os cientistas recomendam simplesmente servir o alimento, sem envolver mensagens sobre sua funcionalidade.

Comer junto pode dar o exemplo.

E, se não der, não insista.

Pode ser pior no futuro.

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