Ignorando o perigo

Ignorando o perigo

A verdade nos libertará. Será? Nos Estados Unidos, as lanchonetes fast food devem exibir o conteúdo calórico dos lanches. Mas estudo revela como o consumo não se altera diante da informação.

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Sobre qualquer assunto, o normal é buscarmos mais informações para fundamentar nossas decisões.

Mas parece que o mesmo processo racional não acontece com a alimentação.

Especialmente em relação à opção mais controversa de todas.

Segundo estudo da Universidade de Nova York, diante da rotulagem do fast food, apenas 8% dos consumidores são susceptíveis a fazer escolhas saudáveis.

O resultado do estudo aparece apenas seis meses após entrar em vigor a exigência para que lanchonetes exibam as calorias de seus produtos.

E fornece pistas para que mudanças sejam feitas, com o objetivo de aumentar as probabilidades dos comensais fazerem melhores escolhas.

“O sucesso da rotulagem dos cardápios de fast food depende de múltiplas condições que estão sendo atendidas, não apenas a disponibilidade de informações de calorias “, disse o autor do estudo, Dr. Andrew Breck.

A divulgação explícita das calorias foi projetada para motivar os consumidores a mudar seu comportamento, ao simplesmente fornecer informações de saúde.

Em 2006, Nova York tornou-se a primeira cidade dos Estados Unidos a introduzir requisitos de rotulagem para cadeias de fast foods.

Em 5 de maio de 2017, a rotulação de calorias entrará em vigor em todo o país, com a Food and Drug Administration (FDA).

A lei recomenda que cada restaurantes exponha as informações sobre calorias em pelo menos 20 locais.

Mas, apesar de sua adoção precoce em várias cidades, a maioria dos estudos não encontrou evidência de que os consumidores estejam mudando de comportamento.

Esperamos que o efeito ainda esteja por vir.

Os pesquisadores também observam que a visibilidade da rotulagem de calorias pode incentivar a mudança através de um caminho diferente.

Como não gostariam de admitir a responsabilidade pela crise de obesidade, as redes teriam que reduzir o conteúdo calórico dos itens de menu existentes.

E também fornecer opções adicionais com menos calorias.

O estudo foi publicado no periódico científico Journal of Public Policy & Marketing.

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