Fios que falam

A dieta que seguimos está na cara ou na barriga? Na verdade, está no cabelo. Estudo indica como o status capilar pode revelar se uma pessoa é vegetariana ou obesa. Ou, até, se é rica.

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Seu cabelo é um registro de sua dieta.

É o que revela um novo estudo da Faculdade de Ciências Biológicas da Universidade de Utah (Estados Unidos).

Nele, foram coletadas amostras de cabelo em 65 cidades em 20 estados americanos – no total, foram estudados 684 indivíduos diferentes.

À medida que o alimento se decompõe em aminoácidos, os isótopos presentes, incluindo os de carbono e nitrogênio, chegam a todas as partes do corpo – incluindo o cabelo.

Por isso, os fios preservam os traços químicos da proteína presente nos alimentos, constituindo um histórico que revela a dieta das pessoas.

E, também, seu nível socioeconômico.

Isso porque quem vive em áreas com menor nível de renda revelam proporções mais altas de proteínas provenientes de animais alimentados com milho.

Ou seja, o cabelo mostra que estas pessoas comem carnes mais baratas, de gado ou aves criados de modo extensivo.

Diante dos dados, os pesquisadores foram além.

Em alguns estados americanos, a altura, mas também o peso, são anotados no momento da emissão da carteira de motorista.

Usando estes dados, foram calculadas tendências no índice de massa corporal (IMC) para determinados endereços.

Desta maneira, foi descoberto que os níveis de isótopos nos cabelos também se correlacionam com as taxas de obesidade.

Conjuntamente, isso revela conexões entre dieta, nível socioeconômico e saúde.

É importante ressaltar que encontrar uma proporção muito maior de proteína animal do que proteína vegetal no cabelo – e, portanto, na dieta de uma pessoa – é um sinal de riscos cardiovasculares.

“Como não são influenciadas por lembranças pessoais, ou lembranças erradas, essas informações podem ser usadas para quantificar as tendências alimentares de maneiras que as pesquisas tradicionais não conseguem capturar”.

A declaração é de um dos autores do estudo, Jim Ehleringer.

O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

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