Fashion food

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Aparentemente, são duas coisas que não combinam. A moda que propaga padrões estéticos rigorosos agora se apodera da imagem da fast food. Desfile da Moschino na Semana de Moda de Milão mexe com estereótipos e faz pensar.

O assunto é quase um só: nas semanas de moda que acontecem pelo mundo, sempre se fala da magreza das modelos. E em como as roupas que apresentam não podem ser usadas pelas pessoas “comuns”. Como já vimos, as medidas, simplesmente, não batem. Mas, até aí, tudo bem: já aprendemos que se trata de construção de imagem – e este é um mercado poderoso.

O problema está na idealização de uma cultura do fast food. Forçando a mão neste caminho, na última Semana de Moda de Milão a grife Moschino abusou no conceito visual. Na coleção apresentada para a temporada Outono-Inverno 2014, o que chocou na passarela foi ver a junção da alta costura com a comida rápida das lanchonetes.

Ao abusar do vermelho e amarelo, e ainda grafar seu nome com os conhecidos arcos dourados, ficou óbvia a referência ao Mc Donald’s. Ao formar uma imagem poderosa, Jeremy Scott, o diretor criativo da marca, provocou polêmica ao associar as duas ideias, a princípio, totalmente antagônicas.

Recentemente, na Semana de Moda de Paris, o desfile da Chanel também se apoiou no conceito do consumo relacionado à alimentação. Na ocasião, foi montado na passarela um verdadeiro supermercado. Ao final do evento, os convidados avançaram aos souvenirs como qualquer saqueador, vítima de desastres naturais ou da miséria.

A mensagem é a de que, quando se trata da publicidade, somos todos vítimas – de preconceitos. É claro que precisamos de parâmetros para desenvolver o autoconhecimento. Mas não podemos ser modelos por um minuto. Todo exagero pode levar a um comportamento de risco – fragilizadas, buscamos recompensa rápida. O perigo é, no caminho, passarmos pelo drive-thru.

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