Efeitos colaterais da carne

É natural que, em sua digestão, os alimentos provoquem a produção de gases. Mas há diferença entre os gerados por frutas e verduras e os por carne. Uma diferença que afeta a saúde.

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Os gases são o produto da ação do microbioma sobre os alimentos.

Especificamente, eles são produzidos pela fermentação das bactérias do microbioma intestinal nos alimentos.

É verdade que alguns alimentos contêm compostos que estimulam as bactérias a gerar mais gases.

Eles são as leguminosas (por causa do nitrogênio que contêm), vegetais crucíferos (couve-flor, repolho, couve de Bruxelas, brócolis) e açúcares dietéticos.

Normalmente, esses gases não são tóxicos.

Entretanto outros alimentos, como carne bovina, também podem ser gasosos, mas são tóxicos.

Os gases provocados pela digestão da carne são de sulfeto de hidrogênio, que podem ser tóxicos e danificar a mucosa do cólon, gerando mutações genéticas que são a base do câncer de cólon.

Da mesma forma, em uma pessoa predisposta a desenvolver colite ulcerativa (doença autoimune), a exposição frequente a esse gás pode irritar a mucosa intestinal e ativar essa genética predisposta para que a colite ulcerativa se desenvolva.

Todas as carnes têm o mesmo efeito?

Muitas proteínas animais podem produzi-lo, mas ocorre mais em carnes vermelhas do que brancas (bovina, cordeiro, porco, caça) e mais em carnes com gordura saturada do que em carnes sem muita gordura, como peru, coelho e peixe.

Já os gases produzidos pela digestão de vegetais e frutas contêm metano, um gás que não é tão tóxico para o revestimento do intestino.

Exatamente como os gases gerados pela ingestão de vegetais, frutas e legumes, que podem incomodar, mas não causam doenças.

Deve-se procurar o médico quando a presença de gases é muito frequente e em grande quantidade, o que faz com que se acumulem no intestino e causem inchaço abdominal com dor e desconforto.

Nestes casos, uma mudança na dieta se faz necessária para eliminar o desequilíbrio e restaurar uma microbiota saudável.

Probióticos, alguns suplementos naturais e, em casos de supercrescimento bacteriano, o tratamento com antibióticos deve ser associado ao plano alimentar.

As informações foram compartilhadas pelo doutor Domingo Carreras, especialista em nutrição do Centro Médico-Cirúrgico de Doenças Digestivas (Espanha) em entrevista ao jornal La Razón.

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