Dormindo acordados

Dormindo acordados

Todo mundo tem um amigo que se vangloria de precisar de poucas horas de sono. Mas estudo revela que a verdade não é bem essa. Estas pessoas estão, na verdade, muito cansadas. E podem ter a performance comprometida – sem saber.

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Para a maioria de nós, uma noite em maus lençóis traz sonolência no dia seguinte.

Mas sempre há quem afirme não precisar dormir muito para estar no seu melhor estado.

Entretanto, todo este convencimento pode não corresponder à realidade.

Segundo estudo da Universidade de Utah (Estados Unidos), estas pessoas até podem se sair bem em algumas tarefas.

Mas a verdade é que estão mais cansadas do que se dão conta.

Os pesquisadores, entre psicólogos, radiologistas e neurologistas, observaram exames computadorizados de 900 pacientes.

Os voluntários foram divididos em dois grupos.

O primeiro era formado por pessoas que reportaram ter tido quantidade normal de descanso no mês anterior.

O segundo trazia pessoas que tiveram em média seis horas de sono por noite no mesmo período.

Este grupo foi então desmembrado em outros dois.

Neles foram reunidos participantes que reportaram disfunções durante o dia (como tontura) ou que nada sentiram.

Os pesquisadores observaram que aqueles que descansaram pouco exibiam padrões de ondas cerebrais encontrados em pessoas que estão dormindo.

O problema é que elas estavam despertas.

Estes padrões foram observados em ambos os sub-grupos formados por pessoas que dormiram menos, independentemente de relatarem problemas com isso ou não.

A teoria é que estas pessoas têm o mecanismo que os faz acordar perpetuamente acelerado.

Isso pode levar a situações perigosas, como atrás do volante em longas viagens, sem estímulos visuais ou auditórios marcantes.

A monotonia pode levar estas pessoas a cochilarem.

Para estabelecer esta associação, os pesquisadores afirmam serem necessários mais testes.

Em novas pesquisas, os cientistas estão particularmente interessados em compreender a discrepância entre a percepção das pessoas sobre sua atuação.

E como elas estão, de fato, atuando.

O estudo foi publicado no periódico científico Brain and Behavior.

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