A dieta do Twitter
Categoria: Curiosidade
O que 140 caracteres revelam sobre nossa alimentação? Estudo revela o verdadeiro cardápio global, decifrado a partir dos posts na rede social. E a visão poderia ser mais animadora.
Leia mais:
Internet ajuda ou prejudica? – Os efeitos da amnésia digital
Você, robô – Estamos nos comportando como iDiots
Baseadas em entrevistas, pesquisas sobre hábitos alimentares falham em retratar a realidade.
Afinal, ao mesmo tempo em que é difícil admitir escorregadas, torna-se tentador interpretar um papel e posar de exemplo.
Para investigar as verdadeiras preferências populares, uma pesquisa analisou 80 milhões de postagens na rede social Twitter.
O trabalho foi feito pela Universidade de Utah (Estados Unidos).
Nele, foram comparados tuítes de determinadas regiões com dados geolocalizados de atividade física, satisfação com a vida e saúde dos moradores.
E como postamos sobre comida.
Segundo a Dra. Quynh Nguyen, uma das autoras, este é o assunto de grande parte das mensagens que circularam entre 2015 e 2016.
Os itens mais comentados foram café, cerveja, pizza, vinho, frango, churrasco, sorvete e tacos.
O tópico “fast food” foi mencionado em nada menos que 9% dos tuítes no período.
Mas a boa notícia é que menções a “alimentação saudável” atingiram 16% de todo o volume.
Os cientistas desenvolveram um algorítmo para investigar menções a comida e exercícios, bem como a emoções, mas o instrumento revelou-se imperfeito.
Uma explosão de popularidade em relação ao tempero indiano curry não passou de confusão com o jogador de basquete Stephen Curry.
Se café foi o item mais mencionado, o local que o serve (Starbucks) ganhou o posto de mais popular, com quase metade de menções.
Os demais postos ficaram com Chipotle, Taco Bell e Buffalo Wild Wings – nem todas presentes no Brasil.
Em um recorte social do estudo, em bairros de menor poder aquisitivo houveram menos menções a alimentos saudáveis.
Paralelamente, bairros mais estruturados revelaram menos fatalidades e menores taxas de doenças crônicas.
Tuítes sobre exercícios físicos também revelam informações relevantes.
As modalidades mais citadas foram caminhada, dança, corrida, academia, golfe, natação, escalada, yoga e boliche.
Postagens sobre este assunto originaram-se, em maior parte, em bairros com menores índices de obesidade.
Como curiosidade, tuítes que mencionaram comida eram mais “felizes”, em comparação a quelquer outro assunto.
E os tuítes mais felizes de todos eram os que falavam de comida saudável.
Segundo a Dra. Nguyen, as redes sociais podem dar mais pistas sobre nossa saúde.
Com informações mais precisas, é possível ajustar o foco de ações educativas e preventivas.
O estudo foi publicado no periódico científico Journal of Medical Internet Research Public Health and Surveillance.
Tags: comportamento, estudo, Lucilia Diniz, redes sociais, Twitter,