Dieta do tipo sanguíneo não funciona

Toda vez que alguém complica algo simples, a ponto de só esta pessoa poder explicar (e lucrar com isso), incomoda. E aos cientistas, também. A ponto de se dedicarem a “desmascarar” uma dieta famosa.

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Durante mais de 20 anos, a “dieta do tipo sanguíneo”, criada pelo Dr. Peter J. D’Adamo, ganhou fama.

Com a ideia de que deveríamos comer de acordo com o tipo sanguíneo, ela oferecia uma abordagem revolucionária da ciência da nutrição.

A coisa toda rendeu, lamentavelmente, muita desinformação.

Isso porque um novo estudo contestou cientificamente a teoria.

O trabalho foi feito por pesquisadores do Physicians Committee for Responsible Medicine (organização sem fins lucrativos de 12 mil médicos).

Nele, foi feito um experimento com participantes com sobrepeso.

Todos seguiram uma dieta baseada em vegetais com baixo teor de gordura por quatro meses.

Um grupo de controle, que não fez alterações na dieta, foi formado e acompanhado pelo mesmo período.

Como resultado, foi descoberto que a dieta baseada em vegetais acelera o metabolismo, medido por um aumento na queima de calorias após as refeições de 18,7%, em média.

A descoberta desmascara a “dieta do tipo sanguíneo”, ao revelar que o tipo do sangue não foi associado aos efeitos registrados no peso, gordura corporal, concentrações plasmáticas de lipídios ou controle glicêmico.

Para considerar uma possível conexão entre tipo de sangue e dieta, os pesquisadores fizeram uma nova análise, cruzando dados de peso e saúde com pessoas dos tipos sanguíneos A, B, AB e O.

A “dieta do tipo sanguíneo” recomenda uma dieta baseada principalmente em vegetais para aqueles com tipo sanguíneo A.

E recomenda uma dieta rica em carne para pessoas com tipo sanguíneo O.

Entretanto, “descobrimos que o tipo de sangue não fez diferença”.

A declaração é do autor do estudo, Dr. Neal Barnard.

“Embora a dieta do tipo sanguíneo preconize mais vegetais para o tipo A e menos para o tipo O, foi benéfica para todos”.

“E não houve evidência de que dietas com ênfase em carne sejam boas para qualquer um”, completou.

O estudo foi publicado no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.

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