A dieta de Gengis Khan

A dieta de Gengis Khan

Eles dominaram o mundo. E, ainda hoje, o relato de suas aventuras impressiona. Já vimos como a dieta mediterrânea é considerada ideal. Mas isso porque você não conhece a dieta do povo mongol.

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Em menos de um século, os guerreiros mongóis estabeleceram um domínio duas vezes maior que o império romano.

Liderado por Gengis Khan, a estimativa é que este exército tenha dizimado 11% da população global da época, o século 13.

Além da conhecida estratégia de seu líder, muitos até hoje se perguntam o que teria levado um povo tão pequeno a subjugar o mundo.

Para investigar o quanto os hábitos alimentares possam ter influenciado na façanha, o jornalista Peter Meehan escreveu interessante artigo no site Lucky Peach.

Nele, entrevistou Jack Weatherford, autor do livro Genghis Khan and the Making of the Modern World (“Gengis Khan e a construção do mundo moderno”, em português).

A partir daí, Peter elaborou uma lista com alguns ensinamentos básicos sobre a dieta dos conquistadores asiáticos.

Simplicidade

Nos idos dos anos 1200, os mongóis não tinham uma culinária propriamente dita.

O que desenvolveram foi um método simples de cozinhar, que era o mesmo para todos.

Simples mesmo: tudo era cozido e a carne era servida sem temperos.

Ou seja, nada de sal ou açúcar.

Apesar do despojamento, o cozinheiro era um dos mais altos funcionários do império.

Respeito

O cozinheiro também era importante para manter a paz.

Isso porque ele determinava a ordem em que as pessoas eram servidas.

Insatisfações nesta hora poderiam levar a grandes lutas e revoltas. Por esta razão, ninguém poderia vir a uma refeição com uma arma.

Mas eles ainda jogavam pratos e qualquer outra coisa que estivesse à mão.

Sazonalidade

Os mongóis classificaram os alimentos em dois grupos.

“Ulaan Idee” era como denominavam os alimentos vermelhos (como carne), comidos principalmente no inverno e na primavera.

“Tsagaan Idee” eram alimentos brancos (como leite e derivados), comidos no verão e no outono.

E nada de salada.

Os vegetais eram considerados uma forma de grama e chamados de “comida de cabra.”

Eles simplesmente não entendiam como era possível comer plantas que cresciam na terra e eram fertilizados com estrume.

Preferência

Sem comer vegetais, na carne residia sua principal fonte de nutrientes.

O animal deveria ser abatido ao ar livre, mas na sombra, de modo que o sol não o visse.

Outra determinação era não derramar o sangue, de modo que a terra não o sentiria.

Normalmente um animal era consumido em até três horas.

Método

Para evitar que as chamas denunciasse sua presença, os conquistadores não assavam a carne sobre o fogo.

Ao invés disso, o método era o cozimento.

Inclusive dentro das próprias presas, no caso de animais caçados, em cujo interior eram inseridas pedras aquecidas.

Diz a lenda que Gengis Khan salvou a tropa da fome, ao abater um cavalo e cozinhar sua carne desta forma, sem chamar a atenção do inimigo.

Como se vê, não será nada fácil seguir estas recomendações de olho em grandes conquistas.

Se a lição não é culinária, talvez valha por nos ensinar algo mais sobre a resiliência.

Perseverar em busca de um objetivo que lhe parece justo pode ser na maioria das vezes frustrante.

Mas é quando o cumprimos que conhecemos um gosto que o próprio Gengis Khan tantas vezes sentiu.

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