Dependência além da conta

Dependência além da conta

Qual seu grau de desespero quando está longe de casa e lembra que deixou o telefone para trás? Com certeza, além do ideal. Estudo revela como o estresse pode ser comparado a eventos traumáticos graves.

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As crianças podem ficar estressadas ou entrar em pânico quando estão separadas de seus pais.

Agora, os cientistas descobriram que a geração digital está desenvolvendo sentimentos semelhantes.

Por seus telefones.

A pesquisa foi feita pela Universidade Eötvös Loránd e a Academia de Ciências da Hungria.

Nela, os jovens se revelam tão ligados a seus gadgets quanto pais a seus filhos.

Para chegar a esta conclusão, foi realizado um experimento com voluntários.

O grupo foi formado por 87 donos de smartphones, com idades entre 18 e 26 anos.

Cada participante foi conduzido individualmente para um quarto.

O ambiente tinha apenas uma mesa, um laptop e poucos objetos cotidianos.

Os voluntários tiveram que responder a um teste no computador.

A tarefa exigia usar uma calculadora.

Alguns usaram a calculadora de seus smartphones.

Os demais usaram apps em aparelhos diferentes.

Paralelamente, todos tiveram monitorados os batimentos do coração.

Antes de uma nova bateria de perguntas, metade teve que desligar os celulares, mas mantê-los por perto.

A outra metade teve os telefones confiscados.

Ao final, todos tiveram alguns minutos de tempo livre.

Em seguida, foram convidados a completar jogos de palavras.

E, por fim, um questionário sobre sua dependência do smartphone.

Como resultado, aqueles que foram separados dos telefones revelaram padrões cardíacos associados ao Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).

Durante o intervalo, três quartos dos que ficaram sem o celular exibiram incômodo.

O efeito foi moderado quando os participantes receberam um telefone diferente.

As respostas ao questionário mostraram que os celulares são usados para aliviar a tensão.

E para transmitir sentimentos de confiança e segurança.

Os resultados apontam como os seres humanos se apegam ao seu celular.

Buscamos a proximidade do gadget e nos estressamos quando dele nos separamos.

Naturalmente, os adultos têm uma maior tolerância a esta separação.

E uma maior aceitação de outros parceiros sociais.

Mas os jovens, que raramente estão longe de seus telefones, se tornam dependentes.

Estes são reflexos da era tecnológica em rápida mutação na qual vivemos.

Seus efeitos sobre nós ainda estão sendo compreendidos.

O estudo foi publicado no periódico científico Computers And Human Behaviour.

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