Decifrando emoções

Sua cara entrega tudo. Sempre. Estudo revela como, independentemente da expressão, é possível adivinhar os sentimentos alheios pela mudança do fluxo de sangue na pele da face.

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Você pode até tentar.

E achar que é muito boa em disfarçar sentimentos.

Mas um estudo revelou um novo método para interpretar as emoções.

Aparentemente, as pistas estão em mudanças sutis na cor do fluxo sanguíneo ao redor do rosto.

A pesquisa é da Universidade do Estado de Ohio (Estados Unidos).

Inicialmente, uma análise de computador identificou padrões de coloração facial para cada emoção, como felicidade, tristeza e raiva.

Os padrões de cores foram sobrepostos às imagens de pessoas com expressões neutras.

Em seguida, 20 voluntários observaram as mesmas fotos.

Como resultado, na maioria dos casos, adivinharam o que aqueles nas fotos estavam sentindo.

Na verdade, em 75% das vezes.

Somos capazes de identificar os sentimentos alheios com base apenas nas mudanças de cor do rosto.

Mais especificamente, ao redor do nariz, sobrancelhas, bochechas ou queixo.

E o fizemos independentemente da expressão facial, uma pista que pode confundir.

“Esses padrões de cores ocorrem por mudanças no fluxo sanguíneo ou na composição do sangue desencadeada pelo sistema nervoso central”.

A explicação é de um dos autores do estudo, Dr. Aleix Martinez.

“Não só os percebemos, mas os usamos para identificar corretamente como outras pessoas estão se sentindo, conscientemente ou não”.

A felicidade é a emoção mais fácil de reconhecer apenas pela cor do rosto, com 90% de precisão.

Detectamos com menos sensibilidade a tristeza alheia (75%) e raiva (65%).

Os cientistas acreditam que a descoberta tem origem na evolução.

O que explicaria porque, ao contrário de outros primatas, nossos rostos não são cobertos por pelos.

Como somos uma espécie eminentemente social, era preciso facilitar a comunicação dos sentimentos.

Antes mesmo de haver uma linguagem em comum.

O estudo foi publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.

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