Dê ao otimismo seu voto de confiança

Tenho visto previsões alarmantes sobre uma eventual vitória da atual presidente nas urnas. A bolsa vai despencar, o dólar vai disparar, a confiança na economia vai sumir… Por outro lado, sinto alívio em saber por pesquisas que a maioria dos brasileiros segue otimista em relação ao futuro.

Esse dado aponta para o fato de que existe um Brasil que passa longe do jogo econômico e político: um país de verdade, feito de gente de carne e osso, cérebro e sonhos, que nunca sequer foi a Brasília e prospera apesar de quem está no poder.

Uma nação feita de quem trabalha, empreende, acredita no que faz e tem jogo de cintura para vender pipoca na alegria e lenços na tristeza.

Felizmente o Brasil cresceu sem muitos sobressaltos econômicos nesses anos todos (ao contrário de muitos dos nossos vizinhos). E já se provou capaz de sobreviver à inúmeras crises de confiança.

Sei que sou suspeita para falar porque sempre acreditei muito mais na força de uma transformação pessoal do que em promessas de transformação coletiva. Talvez porque meu pai sempre trabalhou muito, independentemente da política, e prosperou apesar dela.

Em Portugal nos anos 1970, vimos grande parte da nossa rede de supermercados ser nacionalizada pouco depois da Revolução dos Cravos. Na África, a República Popular de Angola, apoiada pela Extinta União Soviética e por Cuba, abocanharam 50% dos negócios da família. Um dos nossos supermercados Jumbo, em meio a disputas do movimento de libertação nacional, tomou até tiro de bazuca! E nada disso abalou meu pai a ponto dele ter se dado por vencido.

Todas essas histórias só me fazem pensar que o mais importante, daqui para frente, será manter nossa confiança no Brasil, a despeito do resultado das urnas.

Porque não há nada que atraia mais confiança das pessoas (e dos mercados) do que sorrisos confiantes – às vezes até indevidamente, vide o exemplo do Eike Batista.

Para essas eleições, eu só posso desejar que vença o candidato capaz de gerar mais otimismo e confiança nos brasileiros! Só assim para voltarmos a olhar o Brasil do dia-a-dia, um país repleto de oportunidades que existem bem longe das urnas.

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