O creme compensa

Imagine uma receita tão gostosa que vira alvo de espionagem, roubo e investigações criminais. Tudo para reproduzir um doce que está enlouquecendo uma cidade e o mundo inteiro: o cruffin.

Este é um caso em que a vida imita a arte. Ao menos, a arte culinária.

Há alguns meses, o chef pâtissier Ry Stephen apresentou aos cidadãos de São Francisco e a milhares de turistas sua invenção, os cruffins.

A paixão a este muffin feito com massa de croissant, que leva diversos recheios, deu-se à primeira mordida.

Como resultado, as filas não param de formar-se em frente à sua loja, a Mr. Holmes Bakerhouse (1042 Larkin St).

Por conta do sucesso, a local não tem hora para fechar – o que acontece sempre que o produto acaba. Como isso acontece todos os dias (e mais cedo que o esperado) o doce torna-se raro, o que motiva toda a peregrinação.

A coisa toda parece uma espécie de culto, que aumentou no último mês, após o estabelecimento ter sido alvo de um roubo.

Às três horas do dia 27 de fevereiro, um ladrão invadiu a padaria. Misteriosamente, todos os itens de valor do local premaneceram intactos. O alvo do fascínora era a receita dos cruffins.

O ladrão ainda levou 230 outras receitas, muitas ainda inéditas, que constavam de um fichário.

Como cena de um crime, o negócio tornou-se ainda mais famoso, já que mais e mais pessoas querem provar o desejado sabor.

Como o texto desaparecido apenas listava os ingredientes, sem descrever o método de preparo, há uma grande possibilidade de que a iguaria não consiga ser reproduzida.

Até porque a receita original leva três dias para fica pronta, é feita com manteiga importada de Isigny-sur-Mer (França) e demanda conhecimentos específicos sobre massas francesas.

Enquanto a polícia investiga o caso, há quem creia que tudo não passe de uma boa jogada de marketing. Enquanto a dúvida aumenta, as vendas seguem o ritmo.

Em São Francisco? Para ter uma opinião mais ampla sobre o assunto, saiba que as fornadas saem pontualmente às nove horas. Chegue cedo.