Controlando o apetite

Não consegue seguir uma dieta? O motivo pode estar na sua cabeça. Estudo revela como algumas pessoas têm autocontrole mais forte. Mas existem maneiras de fortalecer o seu.

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Se você está lutando para perder peso, sua estrutura cerebral pode ser a culpada.

A revelação vem de um estudo da Universidade McGill (Canadá).

Nele, foram recrutados 24 voluntários.

Todos foram restritos ao consumo de 1.200 calorias por dia.

No experimento, aos voluntários foram mostradas fotos de alimentos apetitosos e paisagens.

Os pesquisadores estudaram a atividade cerebral como eles olhavam para as fotos.

Para isso, foram submetidos a uma ressonância magnética de regiões do cérebro.

Incluindo o córtex pré-frontal lateral, envolvido no controle comportamental.

E o córtex pré-frontal medial ventral, ligado à tomada de decisões e ao desejo.

Como resultado, esta mesma região tornou-se ativa quando viram fotos de alimentos.

E, quanto mais calóricos, mais atividade foi registrada.

Os pesquisadores analisaram imagens dos cérebros dos participantes um mês e três meses depois.

Durante todo o estudo, os sinais das regiões associadas ao desejo diminuíram em geral.

Mas diminuíram mais nas pessoas que tiveram mais sucesso em perder peso.

Paralelamente, os sinais da parte do cérebro ligada ao autocontrole aumentaram.

“O controle do peso corporal depende em grande parte das áreas do cérebro envolvidas no autocontrole”.

A explicação é de um dos autores, Dr. Alain Dagher.

“Essa área tem a capacidade de levar em conta informações de longo prazo, como o desejo de ser saudável, a fim de controlar os desejos imediatos”.

Seria possível interferir nas estruturas cerebrais?

Os cientistas afirmam que é possível melhorar o autocontrole.

Uma maneira é através da terapia comportamental cognitiva, que trabalha na mudança de crenças e atitudes.

Melhorando a autorregulação e concebendo novas estratégias de enfrentamento.

Especialmente quando o estresse está envolvido em levar a excessos.

“O estresse perturba o mecanismo de controle lateral do córtex pré-frontal”, complementa o Dr. Dagher.

“Mas você pode treinar as pessoas a buscar uma estratégia diferente”.

O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.