Consertando as emoções

Consertando as emoções

Às vezes, a tristeza é tão intensa que parece ser física. Se fosse este o caso, seria possível movê-la de lugar – e até fazê-la sumir. Com esta ideia, uma designer tenta melhorar o intangível de modo prático e bem concreto.

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Para Silvia Neretti, a infelicidade é o resultado de contextos específicos, provocada por interações com pessoas, situações e conversas que tenham elementos que nos deixam tristes.

Sua tese é de que a tristeza é, neste aspecto, tangível. E atuar em sua manifestação física pode ajudar a “consertar” um estado de espírito fragilizado.

Como seu trabalho de graduação na Design Academy Eindhoven (Holanda), a italiana dedicou-se a desenhar uma solução prática para curar as emoções negativas.

O resultado ganhou o nome de “Máquina de Desfazer Tristezas” (The Unhappiness Repairer). Seu o objetivo é injetar uma dose de felicidade no cotidiano das pessoas.

Com a cabine funcionando como um consultório terapêutico móvel, a solução é adequada caso a caso. E o primeiro a quem Silvia dedicou-se foi bem pessoal.

Em sua casa, o que a deixava triste era o fato de seu pai deitar-se no sofá, alienando-se da convivência familiar. A solução foi criar divisórias para o móvel, o que obrigou o pai a compartilhar o espaço com a filha, favorecendo mais conversas afetivas.

Em outro caso, Silvia consegue ajudar uma mulher solitária e recém-separada.

A solução criada para este caso foi “envelopar” seu cotidiano doméstico, utilizando papelões para redesenhar os ambientes da casa anteriormente compartilhada, o que ajudou a enxergar a vida de uma forma mais independente.

É óbvio que designers não podem substituir o trabalho de terapeutas e profissionais da saúde mental. Mas o fato de haver uma pessoa dedicada a promover a felicidade alheia já nos dá esperança de uma vida melhor.

No caso, esta esperança também pode ser entendida como um estado de felicidade. Desta forma, a máquina continua funcionando.

Confira no vídeo a seguir o trabalho de Silvia.

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