A ciência da nutrição

Seja muito ou pouco, é inegável que comer altera nossos corpos. Não só por dentro e por fora, mas no meio também. Estou falando das alterações genéticas que as escolhas à mesa causam em nossas células.

Ainda um nome difícil em nosso cotidiano, o campo da nutrigenômica é aquele que estuda como os alimentos impactam a nossa genética, e como esta interação está modificando nossa biologia, nos níveis molecular, celular e sistêmico. Isso porque os diferentes nutrientes, como vitaminas, flavonóides, polifenóis e alguns ácidos afetam o organismo, mudando a maneira como as células trabalham.

Com este conhecimento, é possível relacionar o surgimento de algumas doenças à alimentação. O trabalho da nutrigênomica, então, é o de identificar os genes que, se ativados, poderão desencadear os processos que levam ao desenvolvimento dos mais diversos males. Feito isso, será possível evitar ou anular esses mecanismos, pelo simples ato de comer o alimento cuja propriedade atue diretamente no gene controlador.

Veja a vitamina B9, por exemplo. Presente no espinafre, aspargo e lentilha, é um importante nutriente para mulheres durante a gestação. Ela ajuda a prevenir má-formação do sistema nervoso do bebê no início da gravidez. Mas a ligação vai ainda mais longe: a falta da B9 também afeta os espermatozóides. Ou seja, pai e mãe devem calibrar a dieta para maior aporte desta vitamina, para que lá na frente seu filho não desenvolva um problema.

É a singularidade biológica que faz com que as substâncias tenham efeitos variados em cada pessoa. É o caso das pessoas que fazem a mesma dieta, que funciona bem para alguns, enquanto outros não perdem um quilo, sequer. Ainda falta muito para que a nutrigenômica seja utilizada para personalizar a nossa nutrição, considerando o DNA de cada pessoa. Até lá, valem as informações que já compartilhamos: dicas que inspiram e motivam na busca pela boa forma e pela saúde.

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