Celular ligado a cegueira temporária

Já sabemos que a luz azul dos gadgets interfere na qualidade do sono. Mas pode ser mais complicado que isso. Estudo revela que smartphone à noite pode provocar cegueira temporária.

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É verdade que as manchetes ficaram sensacionalistas, mas o fato que as gerou não poderia ter outro enfoque.

Segundo estudo feito pela equipe do Moorfields Eye Hospital de Londres (Inglaterra), navegar pelo smartphone à noite e deitado pode provocar cegueira temporária.

Há casos relatados de até 15 minutos de incapacidade de enxergar, por ocorrência.

Até então, os casos estavam sendo tratados como sintomas de um eminente derrame cerebral.

Mas a idade e outras informações dos pacientes não batiam com o que se conhece das consequências neurais de uma interrupção do fluxo sanguíneo.

Após vários exames, os médicos não conseguiram encontrar nada que pudesse explicar o problema.

Foi só quando responderam a posição em que navegavam pelo aparelho que foi identificado o motivo.

Todos os pacientes relataram que olhavam com frequência para os smartphones apenas com um olho aberto, e costumavam deixar o outro fechado (e no escuro).

Isso acontece quando estamos de bruços, com a cabeça enfiada no travesseiro e consultamos o celular que está na mesa de cabeceira, carregando a bateria.

Ou seja, quem nunca?

Nesta situação, enquanto um olho tem de se adaptar à luz azul emitida pelo telefone, o outro olho está adaptado ao escuro.

Quando deixaram de olhar para o telefone, não conseguiam ver com o olho que estava aberto.

Como a transição pode demorar muitos minutos, as pessoas se assustam, mas esta cegueira temporária é considerada inofensiva.

Mas, embora o alarde pareça exagerado, o que se denuncia é como a relação com os gadgets pode estar judando não apenas nossa interação com a sociedade, mas nossa própria biologia.

Já vimos como a luz azul desregula o metabolismo humano, ao confundir nosso relógio interno – leia mais aqui.

Ficar sem checar os updates na timeline, ou silenciar o diálogo ininterrupto no WhatsApp, não é fácil.

Mas estar conectado o tempo todo cobra seu preço.

O estudo foi publicado no periódico científico New England Journal of Medicine.

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