Carne em questão

Enquanto grupo de pesquisadores aponta que tal hábito pode não trazer riscos à saúde, demais especialistas defendem os problemas que a ingestão de carnes vermelhas e processadas podem gerar.

Leia mais:

Carne sem vítimas – possível benefício para a saúde e o planeta
Não comerás como antes – revolução da comida disruptiva

Durante anos, as autoridades de saúde pública sempre recomendam reduzir o consumo de carnes vermelhas e processadas.

No radar estão diversos riscos à saúde, como, por exemplo, problemas cardiovasculares e câncer.

Mas, agora, um novo estudo alega o contrário – e está causando muita confusão.

Novas diretrizes divulgadas no Annals of Internal Medicine alegam que não há necessidade de reduzir o consumo destes alimentos.

O conselho vem de 14 pesquisadores de sete países.

O grupo analisou estudos publicados anteriormente para avaliar as ligações entre carnes vermelhas e processadas e os riscos de doenças.

A conclusão foi que as qualidades das evidências que ligavam aos riscos de doença eram de “baixas a muito baixas”.

Com base nestas análises, eles defendem que a maioria dos adultos deve comer níveis “normais” de carnes.

Os pesquisadores frisam que o relatório não foi financiado por nenhuma fonte externa.

A outra versão

Tais diretrizes provocaram um alvoroço.

Principalmente entre outros pesquisadores e organizações de saúde, que discordam não apenas das conclusões do grupo, mas dos métodos usados.

Dr. Frank Hu, presidente do departamento de nutrição da Harvard T.H. Chan School of Public Health, considerou o relatório irresponsável.

Harvard até dedicou um post em seu site para refutar as novas recomendações, onde aponta que as conclusões favoráveis ​​à carne vermelha e processada contradizem as evidências encontradas até hoje.

Dr. Frank Hu também diz que a metodologia usada pelo grupo para examinar os dados publicados anteriormente é inadequada para a pesquisa nutricional.

Segundo ele, uma maior ingestão de carne vermelha – especialmente processada – está de fato associada a um maior risco de diabetes tipo 2, doenças cardíacas, certos tipos de câncer e a possibilidade de morte prematura.

Tags: , , , , , , ,