Bem me quer, mal me quer

Bem me quer, mal me quer

Muito tempo na internet nos torna mais seletivos – e solitários. Estudo do departamento de psicologia da St. Andrews University prova isso, e o contrário também: quem não tem acesso aceita mais o diferente.

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O tempo que você gasta online pode estar afetando não só o seu sono e relacionamentos. Pesquisa revela que tanta internet modifica também os gostos pessoais. Principalmente no que diz respeito ao sexo oposto.

No estudo foi identificado que mulheres altamente conectadas preferem homens mais masculinos, enquanto os homens favorecem mulheres mais magras. São os estereótipos que vemos o tempo todo no timeline do Facebook ou no exagero dos anúncios. Entre os exemplos identificados estão, para eles, as atrizes Jennifer Connelly e Rosie Huntington-Whiteley. Para elas, modelos de homens perfeitos são Hugh Jackman e Russell Crowe.

Segundo a líder da pesquisa, Carlota Batres, em entrevista para o jornal britânico Daily Mail, a culpa é do nosso nível excessivo de exposição à mídia. Para entender o quanto seria este excesso, de acordo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR), o brasileiro gasta em média 3h41 do seu dia só na internet. Somando-se a exposição à todas as mídias eletrônicas, um americano gasta cerca de 11 horas diárias, segundo o site de estatísticas Statista.

Até aí, nenhuma novidade. O interessante foi terem testado a teoria do contrário. Ou seja, a de que quem navega menos aceita mais os padrões estéticos diferentes. A pesquisa foi conduzida em El Salvador, país onde 74% das pessoas não tem acesso ao mundo virtual. Como resultado, pessoas que não usam a internet acharam atrativos homens com caracteríticas femininas, mulheres másculas e também quem se encontra acima do peso.

Onde a escassez e o acesso aos alimentos é mais difícil, uma pessoa mais “cheinha” torna-se fora dos padrões. Neste contexto, parecem melhor equipadas para sobreviver e reproduzir aos olhos de todos.

Esta distorção é interessante e, ao mesmo tempo, perturbadora. E você, o que acha da ditadura dos padrões estéticos?

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