A bagagem do jet lag

A bagagem do jet lag

Viajantes frequentes têm bagagem pesada. E que não pode ser despachada. Em estudo do Baylor College of Medicine, quem sofre com jet lag está mais perto da obesidade e seus riscos.

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Após longos voos, ao chegar ao destino, há quem saia do aeroporto direto para o primeiro passeio.

Já uma outra turma sente os efeitos do jet lag.

Ele é causado quando o relógio interno fica em descompasso com o ciclo natural do dia.

Também sofrem com o problema as pessoas que trabalham em plantões.

Os efeitos mais comuns são sonolência e, em alguns casos, mal-estar e náuseas.

Entretanto, o problema pode ser maior.

É o que afirma estudo feito pelo Baylor College of Medicine (Estados Unidos).

Os cientistas encontraram risco de obesidade e complicações no fígado.

Para chegarem a esta conclusão, foi realizado um teste com ratos de laboratório.

Em um ambiente controlado, as cobaias foram expostas a luzes que acendiam e apagavam à noite.

Ao mesmo tempo, os animais foram alimentados com uma dieta saudável.

Como resultado, os ratos ganharam peso e gordura.

E desenvolveram doença hepática gordurosa, que em alguns casos evoluiu para câncer de fígado.

Sob efeito do jet lag, os animais perderam o controle normal do metabolismo no fígado.

O que elevou o conteúdo da bile.

Aparentemente, a desregulagem crônica do relógio interno desativa um gene chamado FXR.

Sua função seria manter o nível do ácido biliar no fígado dentro de parâmetros fisiológicos normais.

“Os resultados destacam a importância de levarmos estilos de vida saudáveis”.

A declaração é do autor do estudo, professor Loning Fu.

O estilo de vida que levamos conduz a disrupção crônica nos horários de sono.

Isso atingiu um nível de epidemia nos países desenvolvidos.

O que está associado com o aumento da obesidade e casos de câncer de fígado.

Os cientistas esperam continuar as pesquisas.

O objetivo é desenvolver drogas que interajam com os genes implicados.

E, com elas, evitar que o jet lag afete os níveis de ácido biliar.

A ideia é usá-las como estratégias farmacêuticas para prevenir o câncer de fígado em humanos.

O estudo foi publicado no periódico científico Cancer Cell.

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