A arte de comer bem

Sempre ouvimos que comer bem é uma arte. Além de uma frase de efeito, mais ligada ao hedonismo que à boa forma, esta afirmação acaba de ganhar caráter científico. Sem perceber, raspamos o prato quando o trabalho do chef confunde-se com o de um artista.

Já vimos que, para comer bem, não precisa gastar muito. Variar ingredientes, aproveitando as frutas e vegetais da estação, é uma boa maneira de diversificar ingredientes e nutrientes para manter o prato equilibrado.

Estudo do Departamento de Psicologia Experimental da Universidade de Oxford descobriu que a comida é percebida como mais gostosa quando é apresentada de forma mais elaborada.

Em um teste, foram servidas saladas a 30 homens e 30 mulheres, com idades entre 18 e 58 anos. A diferença entre elas estava na disposição dos alimentos.

Enquanto a primeira apresentava os ingredientes uns sobre os outros, da maneira tradicional, a segunda os colocava lado a lado.

Já uma terceira opção recriava no prato, através da disposição dos vegetais, o quadro Pintura Abstrata número 21, do pintor Wassily Kandinsky, que integra o acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York.

A pesquisa, publicada na edição de junho da revista científica Flavor, não deixa dúvidas quanto à preferência.

Dentre todos, foi o prato “artístico” o que recebeu dos voluntários as maiores notas, nos quesitos apresentação e sabor. Além disso, o valor que os participantes estavam dispostos a pagar por ele foi o dobro daquele oferecido para os outros pratos,

Este resultado apóia a ideia de que uma preocupação estética na apresentação dos alimentos pode melhorar a experiência gastronômica, tanto nas expectativas quanto na satisfação após a desgustação da receita.

Em outras palavras, a conclusão é a de que o ditado de que comemos com os olhos tem fundamento.

Diante de pratos exagerados, bem sabemos que é verdade. A dica é educar o olhar e o paladar para degustar.