Argumentos de primeira

Comer menos carne é mais saudável – até para o planeta. Mas, como convencer alguém a mudar um hábito alimentar tão arraigado? Uma interessante pesquisa de marketing pode ajudar.

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As pessoas mudam a alimentação por muitos motivos.

Deixar de comer carne requer os melhores.

Afinal, é sempre difícil resistir ao apelo de um churrasco, por exemplo.

Pode-se apelas para a questão ambiental.

Isso porque a produção de carne vermelha requer uma enorme quantidade de água, terra e outros recursos.

E é responsável por uma quantidade significativa de emissões de gases de efeito estufa.

Mas, como fazer com que mais pessoas passem a comer menos carne?

Reajustando o foco.

A recomendação é de um estudo do Better Buying Lab, do World Resources Institute.

O objetivo não é fazer com que todos sejam vegetarianos ou veganos, o que é radical demais para muitos.

Basta escolher opções baseadas em plantas com mais frequência.

Exatamente porque, em uma competição, quem perde é a nutrição.

Afinal, sabemos para que lado a escolha se dá.

Segundo o estudo, a linguagem para carne e carne bovina em particular soa muito mais deliciosa.

E rótulos como “livre de carne”, “vegan” e “vegetariano” tendem a afastar consumidores.

Ante estes rótulos, “as pessoas não criam associações positivas com o gosto e não se sentem muito indulgentes”.

O trabalho resolveu então investigar como vender melhor alimentos sem carne.

Para isso, o Better Buying Lab se uniu a empresas de alimentos, como a rede americana Panera Bread.

A empresa tinha uma “sopa de feijão preto vegetariana” no cardápio, originalmente rotulada como baixo teor de gordura.

Os clientes que experimentaram a sopa pareciam gostar, mas o nome não encorajava novos clientes a experimentá-la.

Constatou-se que, para muitas pessoas, a palavra “vegetarianismo” não soa convidativa.

Então o prato foi rebatizado como “sopa de feijão-preto cubano”.

Em um teste em 18 lojas em Los Angeles e no Vale Central da Califórnia, as vendas subiram 13%.

O adjetivo “cubano” evocou aos consumidores um perfil de sabor.

“Eles pensam em um pouco de calor, um pouco de tempero e isso deixa as pessoas com fome”.

Outros testes em larga escala comprovaram os mesmos argumentos.

Em resumo, a solução recomendada à indústria de alimentos, e a quem queira convencer outra pessoa a comer melhor, é simples.

Concentre-se menos na ausência da carne ou na saúde dos alimentos à base de vegetais.

Esta racionalização tende a fazer com que os consumidores sintam que estão perdendo.

Ao invés disso, foque mais em seu sabor, paladar e proveniência.

Estes argumentos tornam a comida “atraente para o crítico de alimentos que temos dentro de todos nós”.

Outro argumento importante é que não precisa muito.

Se cada pessoa na Terra trocasse 30% da carne em favor de opções baseadas em vegetais, poderíamos alcançar metade das reduções das emissões de gases de efeito estufa da agricultura necessárias até 2050.

Começar aos poucos é a melhor estratégia.

Você pode, por exemplo, aderir à Segunda Sem Carne – saiba mais aqui.

E até fazer em casa alguma das especialidades de uma gastronomia inteira por descobrir.

Como a minha deliciosa lasanha de abobrinha – veja aqui a receita.

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