Aprenda a ouvir melhor
Categoria: Curiosidade
Aprender idiomas nos torna mais inteligentes. E ainda garante “superpoderes”. Estudo revela que tornar-se bilíngue pode alterar a percepção sensorial e amplificar a audição.
Leia mais:
Temperando com os sentidos – Respiração faz comer melhor (e menos)
Consumo sem marcas – Como seria seu carrinho sem a persuasão do marketing?
Aprender uma segunda língua pode mudar a forma como as pessoas integram visão e audição para dar sentido à fala.
A revelação vem de um estudo da Universidade Northwestern (Estados Unidos).
Nele, os cientistas descobriram que uma pessoa bilíngue e uma monoglota podem ouvir duas coisas diferentes, ouvindo a mesma coisa.
Aparentemente, elas são mais propensas a experimentar o que é conhecido como “efeito McGurk”.
O que faz com que ouçam sons completamente diferentes quando a fala conflita com o que vêem.
“Uma escuta bilíngue e monolíngue do mesmo falante pode ouvir dois sons completamente diferentes”.
A explicação é de um dos autores do estudo, Dra. Sayuri Hayakawa.
“Isso mostra que a experiência da linguagem afeta até mesmo os processos cognitivos mais básicos”.
Quando as pessoas ouvem um som de fala (por exemplo, “ba”) que entra em conflito com o que vêem (por exemplo, “ga”), elas geralmente percebem um som completamente diferente (por exemplo, “da”).
A probabilidade maior é que isso ocorra em quem fala mais de um idioma.
A experiência da linguagem pode mudar a percepção sensorial.
O que torna os bilíngues são mais propensos a integrar os sentidos auditivo e visual.
Na verdade, o que parece um ganho vem de uma compensação.
Vários idiomas “competem” por espaço no cérebro, tornando mais difícil para as pessoas bilíngues processar o que ouvem.
Isso faz com que dependam mais da visão para dar sentido ao som.
A pesquisa mostrou que uma experiência bilíngue pode afetar domínios que vão da memória à tomada de decisões.
Pesquisas anteriores mostraram que poliglotas têm cérebros mais eficientes.
O que explicaria por que estão mais imunes aos sinais de declínio cognitivo.
O estudo foi publicado no periódico Brain Sciences.
Tags: aprendizado, audição, Lucilia Diniz, sentidos,