Apetite sem juízo

Existe um motivo pelo qual encaramos um apetite sem limites quando bebemos. Insensatez? A seu favor, saiba que a causa é científica. E um novo estudo explica as causas desta fraqueza.

Leia mais:

A conta da festa – Viver na balada cobra seu alto preço
Happy hour prejudica absorção de vitaminas – Veja como isso acontece

A ligação entre beber e comer demais sempre intrigou os cientistas.

Afinal, o etanol (álcool) é um nutriente denso em calorias.

Sendo assim, a ingestão calórica deveria suprir o apetite do cérebro.

Não é o que acontece ao final da balada, quando somos acometidas por um apetite avassalador.

É claro que, com o julgamento moral relaxado pela bebida, muitos perdem o limite.

Um novo estudo investigou se uma relação entre a ingestão de álcool e o exagero à mesa poderia ser determinada.

A pesquisa foi feita pelo Francis Crick Institute (Inglaterra).

Nela, foi realizado um experimento com cobaias.

Durante três dias, os animais receberam uma ração de etanol.

Nos três dias seguintes, a mesma foi substituída por uma solução salina.

Sua ingestão alimentar foi medida durante o período.

Como resultado, a ingestão de comida foi significativamente maior nos dias em que as cobaias receberam etanol.

Em seguida, os cientistas investigaram se o etanol modula os sinais de fome no cérebro.

E descobriram que as concentrações de etanol produziram uma ativação celular.

Semelhante àquela causada pelo jejum ou pelos hormônios fisiológicos da fome.

A conclusão é que o etanol dispara esses sinais no cérebro, criando um alarme falso de fome.

Ou seja, apesar do aporte extra de calorias, o álcool reprograma os gatilhos da fome no cérebro.

Portanto, se a noite é de festa, cabe programar-se.

Sabendo que fraquejamos ante às tentações, restrinja o prejuízo.

O estudo foi publicado no periódico científico Nature Communication.

Tags: , , , ,