Anatomia de um exagero

O uso desmedido dos gadgets nos afeta cada vez mais. E, segundo pesquisa, está levando a pessoas desenvolverem polegares até 15% maiores, na mão que usam o aparelho. O que há de verdade neste exagero?

Leia mais:

Detox digital – Desligue o wi-fi e conecte-se na vida
Fuja das redes antissociais – A vida está lá fora

Primeiro, foi o “pescoço de internet” – saiba mais aqui.

Agora, crescem os números de pessoas que sofrem com o uso excessivo do dedão, ao manusear smartphones.

Não fosse o estudo ter sido citado em uma matéria no jornal britânico Daily Mail, uma alegação como esta passaria despercebida – ou desacreditada.

A pesquisa, patrocinada pela maior companhia de telefonia celular da Inglaterra, entrevistou duas mil pessoas.

As informações coletadas de usuários de smartphones foram inúmeras e diversas, mas uma delas destacou-se das demais.

Para 15% dos entrevistados, o manuseio dos gadgets fez crescer seus polegares.

Quem mais relatou o problema foram os jovens, na faixa etária de 18 a 34 anos, com 8% deles tendo desenvolvido a deformidade pelo uso de aparelhos de tela grande.

O estudo O2 Mobile Life Report também revelou que uma em cada cinco pessoas (19%) não consegue passar um dia sem o smartphone.

20% admitiram ter adormecido, ou até adormecer com frequência, com o aparelho entre os dedos.

A pesquisa ainda descobriu que 5% são tão apegados aos aparelhos que vivenciam episódios de “vibrações fantasmas”: estas pessoas sentem o telefone vibrar até quando o aparelho está sem bateria.

Apesar disso, 15% pensam que seus telefones os ajudam a viver mais, número que sobe a 27% na faixa etária de 18 a 34 anos.

Segundo a diretora de marketing dar O2, Nina Bibby, “os smartphones tornaram-se uma extensão de nós mesmos; é difícil dizer onde a mão termina e o aparelho começa”.

O exagero do que estes usuários seriam capazes de fazer também foi especulado pela pesquisa.

12% dos entrevistados consideraria útil ter um dedo a mais para poder manusear melhor os gadgets.

No total, um terço dos usuários sentem que seus corpos evoluíram como resultado do uso de smartphones.

Isso se explica pelo fato de um britânico passar em média duas horas por dia pendurados no telefone.

Com respostas espeontâneas e sem verificação, a pesquisa vira registro curioso do relacionamento das pessoas com a tecnologia.

A fisioterapeuta Nicola Goldsmith, entrevistada pelo Daily Mail, explica que os músculos do polegar são complexos e estendem-se até o punho.

Portanto, uma atividade maior do dedo pode sim desgastar o músculo e provocar inflamações.

Mas ela descarta a necessidade de preocupação com a possibilidade dos dedos mais longos.

Tags: apps, comportamento, gadgets, Lucilia Diniz, pescoço de internet, tecnologia e qualidade de vida,