A ameaça dos nanoingredientes

a ameaca dos nanoingredientes

Quanto mais questionamos e nos informamos, mais percebemos o quanto nos intoxicamos. E não é só o que lemos nos rótulos que nos prejudica. A ameaça vem de onde menos enxergamos.

Preocupada com o que você tem realmente consumido? Não basta evitar ao máximo os agrotóxicos, nem se transformar em uma detetive dos rótulos no supermercado. Hoje em dia, o perigo também vem dos nanoingredientes.

Ainda não há legislação que regule o seu uso. Produzidos via nanotecnologia em laboratórios, estes minúsculos itens (entre eles, o dióxido de titânio), utilizados sem controle, conseguem fazer com que o sorvete fique mais cremoso, por exemplo, sem que seja necessária a adição de gordura. Sua ação também é capaz de melhorar o sabor, fazer as cores brilharem mais e manter a comida conservada por mais tempo.

Segundo a ONG Friends of Earth (FOE), o uso destes ingredientes aumentou 10 vezes nos últimos seis anos. Enquanto em 2008 a FOE identificou oito alimentos e bebidas que continham nanoingredientes, em 2014 o número aumentou para 94 (entre cream cheese, cookies, maioneses, leite enriquecido, pipoca, iogurte, molhos prontos para salada, massa, bebidas esportivas e muito mais).

Por serem infinitamente menores que seus similares, estes ingredientes são mais quimicamente ativos, podendo penetrar com maior facilidade em nossas células, tecidos e órgãos. Também podem atacar nossa imunidade, nos deixando mais suscetíveis à doenças. A escassez e a desproporcionalidade de investimentos para avaliar a toxicidade dos nanomateriais como um todo são refletidas no pequeno número de trabalhos científicos publicados até hoje sobre o assunto.

A estimativa é de que cerca de 200 companhias hoje utilizem estes nanoingredientes, num mercado que deve crescer 20 bilhões de dólares até 2020. Dado o alto crescimento do número de produtos em desenvolvimento e já comercializados, estima-se que o Brasil deverá compor uma fatia referente a 1% do mercado mundial neste segmento nos próximos anos, conforme estudo divulgado pelo Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) da Presidência da República.

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