Alto risco do low carb

As dietas low carb estão na moda. Mas sua adesão precipitada precisa ser repensada. Novo estudo revela como baixos carboidratos podem enfraquecer o coração.

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As dietas de baixos carboidratos têm se mostrado eficazes para a reduçāo do peso corporal.

Com a adesão de personalidades como Gwyneth Paltrow e as Kardashians, a escolha tem feito cada vez mais adeptos.

Uma delas é a dieta cetogênica.

Na qual, em resumo, deve-se comer menos pão e arroz, e aumentar o consumo de carnes e gorduras.

Mas a moda pode oferecer algum risco.

Um estudo revela que comer menos carboidratos pode aumentar o risco de distúrbios do ritmo cardíaco.

Especificamente, a fibrilação atrial.

Pessoas com esta condição são cerca de cinco vezes mais propensas a ter um derrame.

Além de serem mais propensas a sofrer de insuficiência cardíaca.

A pesquisa foi feita pela Universidade de Guangzhou (China).

Nela, foram acompanhadas 14 mil pessoas ao longo de 22 anos.

Nenhuma delas tinha fibrilação atrial no início do estudo.

Diariamente, todos tinham que registrar o que comiam.

Também foram anotadas outras informações de estilo de vida.

No período, 1.900 dos participantes desenvolveram fibrilação atrial.

Esta informação foi cruzada com a ingestão calórica de carboidratos de cada um.

Como resultado, quem consumia menos de 45% de suas calorias diárias vindas de carboidratos era 18% mais propenso a desenvolver fibrilação atrial.

A comparação foi feita com quem consumiu entre 45% e 52% das calorias de carboidratos – uma quantidade moderada.

Acima desse limiar, houve novamente um aumento no risco.

No entanto, os baixos níveis de carboidratos ainda foram associados a um aumento de 16% no risco em relação às dietas ricas em carboidratos.

O estudo registrou a situação, mas não a explica.

A hipótese recai sobre uma evidente “compensação”.

Quem consome menos carboidratos aumenta o consumo de carnes vermelhas e gorduras saturadas.

O que leva a inflamação e uma série de condições cardiovasculares.

Dietas low carb também aportam menos antioxidantes de frutas e vegetais.

Exatamente os anti-inflamatórios naturais que os poderiam proteger.

“Considerando o risco, nosso estudo sugere que este método popular de controle de peso deve ser recomendado com cautela”.

O alerta foi dado por um dos autores, Dr. Xiaodong Zhuang.

Vale a pena considerar a informação na hora de mudar radicalmente sua nutrição.

O estudo foi apresentado no congresso do American College of Cardiology.

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