Alguns sonhos acontecem

Primeira animação brasileira indicada ao Oscar, “O menino e o mundo” emociona com sua história de fantasia que põe cor ao que vivemos diariamente. Nesta metáfora, reaprendemos que nunca desistir já é colocar o sonho em prática.

O diretor Alê Abreu levou cinco anos para concluir “O menino e o mundo”.

Certamente, seu trabalho vai impactar por muito mais tempo.

A animação, que usa técnicas artísticas artesanais para competir com o onipresente 3D e nenhum diálogo, consegue falar com diferentes gerações utilizando a linguagem do coração.

A saga do menino que vive em uma cidade isolada e um dia se lança em uma missão para encontrar o pai é recorrente – e sempre poderosa.

O que se destaca é como o filme usa a fantasia e a inocência com o vocabulário próprio a este discurso.

As ilustrações feitas com técnicas diferentes, que vão da colagem ao giz de cera e canetas hidrográficas, remetem ao universo infantil na medida certa.

Segundo o diretor em seu Facebook, o filme nasceu coimo “um grito contra o sufoco que a grande indústria cria aos potenciais artísticos, poéticos e de linguagem de animação”.

Este diferencial tem garantido a atenção que a obra merece, o que já a levou a conquistar dois prêmios no Festival de Annecy (França), maior mostra de animação do mundo, em 2014.

Ao todo já são 44 premiações em festivais estrangeiros.

Agora as apostas se elevam, com a expectativa de ganhar o Oscar 2016, que acontece em 28 de fevereiro.

O filme brasileiro disputa com Divertida Mente, uma produção que custou 350 vezes mais e que leva a grife dos estúdios Pixar – saiba mais aqui.

Com a simples indicação, a primeira vez que o país disputa nesta categoria, um grande prêmio já foi conquistado.

O filme será exibido em São Paulo nos próximos dias 20 e 30 de janeiro, na programação do festival de cinema infantil Buster On Tour, que acontecerá no Centro Cultural Banco do Brasil.