As algas estão chegando

As algas estão chegando

Sempre ouvimos que as algas são o alimento do futuro. E parece que ele chegou. Com sorvete, azeite e biscoitos, já estão em teste os primeiros produtos com a microalga Clorella.

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Por muito tempo se acreditou no potencial das algas marinhas de abastecerem um mundo diante da escassez de alimentos.

Felizmente o cenário apocalítico não se cumpriu – ainda.

Mas a ideia, apoiada no poderoso perfil nutricional da vegetação marinha, sempre nos fascinou.

Um tanto pelo fato de as algas serem largamente utilizadas em diversos preparos da culinária japonesa, um incontestável modelo de saúde.

Outro pela utopia da proposta, que satisfazia por nunca se concretizar.

Em Portugal, a pesquisa neste setor é uma das mais avançadas do mundo.

E é de lá que vem as boas novas sobre algas no prato.

Recentemente, a empresa Allmicroalgae ganhou destaque ao anunciar a produção própria e parcerias em extensa linha que usa a microalga Clorella como matéria-prima.

Com a geladaria Santini foi criado um sorvete de Chlorella, na primeira parceria para o desenvolvimento de produtos a concretizar-se.

Em fase de testes, mas com grande potencial de comercialização, estão o azeite (com o Oliveira da Serra); o bubble tea (com a Frulact); e o queijo fresco (com a Queijaria Simões).

“No caso do azeite, as algas dão um tênue aroma marinho que fica muito bem com saladas ou com peixe”, garante Sofia Hoffmann de Mendonça, diretora da empresa.

Foram também testados sucrilhos de Chlorella.

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Sucrilhos de algas Chlorella

Para além das prateleiras, os portugueses experimentam o inusitado ingrediente na elaboração direta de pratos.

Naquele país o chef Vítor Sobral, da Tasca da Esquina, começou a experimentar a Chlorella em preparos gourmet.

A alga Chlorella vulgaris é o organismo vivo com maior concentração de clorofila.

Trata-se de uma microalga com mais de 50% de proteína completa, com todos os aminoácidos essenciais.

Isso significa poder substituir com sucesso a proteína de origem animal, o que a torna muito interessante para vegetarianos.

Com um litoral de oito mil quilômetros de extensão, é de se lamentar que o Brasil não esteja produzindo a alternativa.

Como temos tanto em comum, como a ligação com o mar, por exemplo, cabe-nos admirar o exemplo.

E tentar seguir os passos de nossos patrícios.

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Fazenda de algas comestíveis em Leiria, 100 km a norte de Lisboa

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