Alergia que vem do prato

Temos visto um aumento de reações alérgicas à comida. Em todo o mundo, a taxa é de 8% a mais de casos por ano. As hipóteses são muitas, e quase todas estão nos rótulos. Isso porque nunca se consumiu tanta fast food como atualmente.

A dieta da correria pode estar diretamente associada ao maior número de pessoas que diariamente dá entrada nos hospitais. A hipótese fica mais forte quando vemos que, entre os pacientes, não há discriminação de faixa etária.

No Brasil, a  pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), divulgada recentemente, indica que 50,8% dos brasileiros estão acima do peso ideal e que, destes, 17,5% são obesos. Mas os números analisados vêm de estudos estudos conduzidos nos últimos 30 anos na Inglaterra. Na terra da Rainha, a situação é bem mais séria: um quarto dos britânicos é obeso. Dentro de 30 anos, a proporção pode chegar a 50% da população.

Os dados do Health and Social Care Information Centre revelam que, no último ano, foram 20.320 internações causadas por alergias a alimentos. Entre 2011 e 2012, esse número havia sido 18.860. E, a apenas cinco anos atrás, foram 16.923 casos. Do total, 5.068 foram classificados como asma, e 3.361 como rinite e 4.052 foram de choque anafilático – ataque em que a garganta se fecha e que pode ser fatal. Historicamente, intoxicação por alimentos envolvia a presença não percebida de amendoins, leite e ovos, e até inseticidas.

Este é o retrato da situação. Mas, o que está por trás é que estamos mais vulneráveis a estas ameaças porque nossa alimentação ficou mais pobre de nutrientes. Ajuda a oiorar o cenário o fato de que, a 30 anos atrás, não consumíamos a quantidade de aditivos, corantes e conservantes que hoje são adicionados aos alimentos prontos. Ao invés de ajudar – e muito pelo contrário, a publicidade ajuda a aumentar a confusão, com sua sedução colorida que nos conduz às escolhas erradas, sem que percebamos.

Outra hipótese que reforça o quadro é a de que nunca estivemos tão isolados das bactérias, principalmente as crianças. Com um sistema imune pouco testado, estaríamos propensos a cair doentes pelo que imaginamos nos nutrir.

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